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Educação

Complexo Educativo de Santa Maria: Alunos de 7º, 9º e 11º ano sem professores e sem notas de Francês e TIC

Os alunos do 7º,  9º e 11º ano de escolaridade do Complexo Educativo Manuel António Martins, de Santa Maria, ilha do Sal, passaram dois trimestres sem professores de Francês e de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). A situação tem revoltado os pais e encarregados da educação. Querem saber como ficam os seus educandos com o aproximar do ano escolar. 

Faltando apenas um trimestre para o fim de mais um ano lectivo, os alunos do 7º e 9º ano do Complexo Educativo Manuel António Martins (CEMAM) de Santa Maria, ilha do Sal estão ainda sem as notas da disciplina de Francês. Na mesma escola, também os alunos do 11º ano estão sem professor de Tecnologias de Informação e Comunicação. 

Como fez saber uma fonte ao A NAÇÃO, os referidos alunos estão sem professores das duas disciplinas desde o primeiro trimestre. No caso da disciplina de Francês, a professora indicada pelo Ministério da Educação pediu reforma antecipada no início do ano lectivo. E, no caso de TIC, o docente também indicado no início do ano lectivo emigrou para Portugal.

No caso de Francês, diz a nossa fonte, “a escola ficou com apenas três professores de Francês que não respondem à demanda. Assim ficaram prejudicados os alunos do 7º e 9º ano, principalmente. Não tiveram aulas, não tiveram matérias, portanto ficaram sem avaliações do primeiro e do segundo trimestre”.

Direcção espera resolução do ministério

Conforme nos foi revelado, a preocupação sobre a falta de professores para leccionar as duas disciplinas foi apresentada na primeira reunião da directoria com a classe docente, no início do terceiro trimestre. No encontro a direcção do CEMAM esclareceu que o problema é do conhecimento do Ministério da Educação e que também ela aguarda a resolução da falta dos dois professores.

“O Ministério chegou a enviar o guia de uma professora de Francês que não compareceu. A mesma justificou que não tem condições, sobretudo financeiras, para trabalhar no Sal onde não tem nenhum familiar pelo que teria que custear todas as despesas nesta ilha com um custo de vida muito elevado”, conta a nossa fonte.

Problema resolvida “em partes”

Entretanto, depois de tentar ouvir a direcção do CEMAM e o próprio Ministério da Educação, ambos sem sucesso, A NAÇÃO soube, através da mesma fonte, que já se encontra na ilha uma professora de Francês para colmatar a falta. Entretanto, fica a faltar um professor de TIC para os alunos do 11º ano. 

Encarregados da educação questionam

O certo é que a falta de professores no CEMAM tem incomodado os pais e encarregados de educação, uma vez que os seus educandos estão sem as avaliações do primeiro e do segundo trimestre.

“Na semana passada, um dos encarregados da educação esteve na delegação e fez um escândalo com a delegada, tendo em conta esta situação. Ameaçou levar o problema aos meios de comunicação social, pois, não acha justo os alunos ficarem prejudicados por culpa da escola ou do ministério”, acrescentou a nossa fonte, para quem, “realmente a situação não é justa”.

“Vai ser uma corrida contra o tempo porque agora os alunos não vão conseguir recuperar os dois trimestres perdidos. Resta saber como vai ser a avaliação destes alunos para não reprovarem injustamente nestas duas disciplinas”, complementa.

 Questionada sobre outras situações que afligem os professores do CEMAM, a nossa fonte referiu que as reivindicações são as mesmas de toda a classe docente a nível nacional: melhores condições de trabalho e salário justo.

Entretanto, os novos professores contratados têm problemas adicionais: “Eles estão a ser obrigados a assinar um novo contrato no mês de Junho. Ou seja, só vão receber o salário neste mês. Eles não têm contrato definitivo e esta é a terceira vez que estão a assinar o contrato com o ministério neste ano lectivo”.

Professores, a luta continua

De recordar que os professores em todo o país decidiram congelar as notas dos alunos, no segundo trimestre, no âmbito da greve por tempo indeterminado apoiada pelo Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) até verem as suas reivindicações atendidas pelo Ministério da Educação, entre elas, aumento salarial de 78.678 para 107.471 escudos de salário base.

Na sequência do congelamento de notas, centenas de alunos de várias escolas da ilha de Santiago manifestaram-se nas ruas, na quinta-feira, 04, para exigirem a publicação das suas notas.

Após essa manifestação, o Ministério da Educação deu um prazo até 15 de Abril (próxima segunda-feira) para o lançamento das notas no Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGE) enquanto que o ministro Amadeu Cruz reiterou a sua disponibilidade para receber e dialogar com os professores.

De salientar ainda que os professores estão convocados pelo SINDEP para uma “mega manifestação” nacional no próximo dia 23 de Abril, Dia do Professor Cabo-verdiano.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 867, de 11 de Abril de 2024

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