O cabeça de lista para a Câmara de Santa Catarina do Fogo, que o PAICV pretende apresentar, no mês de Junho, era também preferido pelo MpD. Trata-se de José Francisco Mendes. O nome só será anunciado depois desse diplomata terminar a sua missão na embaixada de Cabo Verde em Pequim.
Estranhamente, o PAICV deixou de fora, em finais de Abril, quando apresentou os cabeças de listas para a diferentes câmaras nas próximas eleições autárquicas, os nomes dos candidatos para Santa Catarina do Fogo e da Brava. Na altura, o líder do partido, Rui Semedo, disse que, a pedido do candidato escolhido para esse município da ilha do Vulcão, o nome dele só seria divulgado posteriormente.
Porém, depois de, na edição anterior, termos avançado que o PAICV não tinha candidato para esses dois municípios da região Fogo e Brava, uma fonte nos confidenciou que um desses candidatos é um diplomata de carreira, mas sem avançar o nome.
Perante esse sinal, A NAÇÃO tentou confirmar a informação junto de dirigentes do maior partido da oposição, mas sem sucesso também. Curiosamente, foi possível conhecer o nome desse candidato através de um alto dirigente do MpD, que nos confidenciou que o diplomata José Francisco Mendes, conselheiro de embaixada de nível I, que exerce funções na representação diplomática de Pequim, era a pessoa escolhida pelo PAICV para se candidatar, como cabeça de lista, à Câmara de Santa Catarina do Fogo.
Consoante o nosso interlocutor, o nome de José Francisco Mendes foi debatido e analisado em várias reuniões da cúpula do MpD e “reunia as condições e tinha um perfil que se adequava à estratégia do partido para a manutenção dessa autarquia no sistema ventoinha”, depois de o actual Cabeça de lista para Santa Catarina do Fogo PAICV “agarra” diplomata pretendido pelo MpD autarca Alberto Nunes ter sido “descartado” por mau desempenho e desentendimento com os seus pares locais.
José Francisco Mendes cedeu ao “assédio” do PAICV, que pretende recuperar a Câmara de Santa Catarina do Fogo, obrigando o MpD a encontrar uma alternativa com “credibilidade necessária”, acabando a escolha por ter recaído no secretário de Estado da Saúde, Evandro Monteiro. A disputa nesse concelho promete ser cerrada, tendo em conta que o PAICV espera também conquistar todas as três câmaras da ilha.
Brava entre avanços e recuos
A NAÇÃO tentou também saber quem será o cabeça de lista do PAICV para a Brava, mas, de acordo com um dirigente desse partido, ainda não foi possível uma confirmação de uma pessoa com quem o partido já tinha apalavrado.
Consoante um dirigente do maior partido da oposição, a escolha inicial era Amândio Brito, delegado do Ministério da Educação na Brava desde 1989/1990, pessoa muito estimada na ilha pelo seu trabalho e dedicação ao ensino. “Depois de, inicialmente ter aceite a nossa proposta, houve um recuo, mas acreditamos que o mesmo venha a aceitar o desafio de concorrer à Câmara Municipal, encabeçando a lista do PAICV”.
Morte de Edson Alves cria dificuldades para o Maio
Mas o PAICV teve um outro contratempo: o candidato escolhido e anunciado como cabeça de lista à Câmara do Maio, Edson Alves, faleceu no passado fim-de-semana. Para resolver este problema o partido vai relançar um novo processo de escolha de um candidato com carisma para defrontar Miguel Rosa, do MpD, o que não aparenta ser tarefa fácil. Esse processo deverá acontecer depois das exéquias de Edson Alves, que deverão acontecer neste fim-de-semana.
Edson Alves, deputado pelo PAICV para o círculo eleitoral da ilha do Maio, faleceu na sexta-feira, 03, em Portugal, por morte súbita. O seu nome tinha sido anunciado há duas semanas como candidato a presidente da Câmara Municipal do Maio, nas eleições autárquicas que acontecem este ano.
Edson Alves, que faleceu no Algarve, chegou a Portugal para, entre outros pontos da sua agenda, participar nas actividades comemorativas do aniversário no 12º Encontro de Estudantes Maienses em Portugal. Tinha também agendado encontros com a comunidade da ilha-natal residente em Portugal e com algumas autoridades portuguesas.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 871, de 09 de Maio de 2024
