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Política

Eleição do novo 1º vice-presidente da Assembleia Nacional: Ulisses e Orlando Dias “enterram machado de guerra”

Com a vaga de primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional (AN) que será aberta com a saída de Armindo Luz, indicado como cabeça de lista do MpD para as eleições autárquicas na Ribeira Grande de Santo Antão, Orlando Dias poderá assumir o cargo, depois de ter sido preterido em 2021. A NAÇÃO sabe que desta vez o processo deve ser pacífico, porquanto já existe entendimento com o líder do partido, Ulisses Correia e Silva.

Em Abril, quando o MpD anunciou os cabeças de lista para as eleições autárquicas, com o nome de Armindo Luz a ser indicado como candidato à Câmara da Ribeira Grande de Santo Antão, começaram a ser lançados nomes de possíveis substitutos do actual vice-presidente da AN, com destaque para Paulo Veiga.

Nessa cogitação Paulo Veiga poderia assumir a vice-presidência da AN, para deixar as funções de líder do Grupo Parlamentar do MpD, que passariam a ser exercidas pelo deputado Celso Fernandes.

De lá para cá, houve mudanças de estratégia e, por aquilo que A NAÇÃO pôde apurar, Orlando Dias será a escolha do MpD para assumir o cargo de primeiro vice- -presidente da AN, nas eleições que deverão ocorrer até finais de Julho, o mais tardar.

De acordo com uma fonte próxima de Orlando Dias, a iniciativa de convidar esse deputado para o referido cargo surgiu do próprio presidente do MpD, que “orientou” a liderança parlamentar para uma conversa exploratória com o visado. Dias, ao que nos consta, mostrou- -se disponível e teve logo de seguida uma conversa com Ulisses Correia e Silva, onde ficou assente que ele será o candidato oficial do Grupo Parlamentar do partido nessa eleição.

Contudo, conforme o nosso interlocutor, para evitar o que aconteceu em 2021, com dois chumbos consecutivos, “Orlando Dias só avançará num quadro de consenso generalizado entre as três forças políticas representadas no Parlamento”, ou seja, MpD, PAICV e UCID.

De recordar que, em 2021, o processo de eleição dos membros da Mesa da Assembleia Nacional foi muito conturbado. Janine Lélis, ministra da Defesa, que tinha sido a primeira escolha para o cargo presidente da AN, teve de desistir por causa de movimentações no sentido de viabilizar uma recandidatura de Jorge Santos, acabou por ser oficializada pela cúpula do MpD.

Sem o apoio do PAICV e dos deputados do MpD, essencialmente de Santiago Norte, Jorge Santos nem sequer foi a votos, deixando o caminho aberto para Austelino Correia que acabou por ser eleito depois de desafiar a liderança de UCS.

E, para o lugar de primeiro vice-presidente havia, inicialmente, dois interessados: Orlando Dias e Mircéa Delgado. O primeiro foi escolhido pela bancada do MpD, mas foi chumbado por duas vezes consecutivas, por ter contado com votos contra de deputados da sua própria bancada.

Perante o chumbo de Orlando Dias, Mircéa Delgado, que tinha ficado na segunda posição no processo de escolha interna do Grupo Parlamentar, estava ciente de que ela seria, naturalmente, a próxima ser submetida a votos para a escolha do primeiro vice-presidente do Parlamento. Só que jogadas de bastidores fizeram com que UCS tirasse Armindo Luz da cartola, para satisfazer o grupo de Santo Antão, comandado por Jorge Santos, deixando a deputada eleita pelo círculo de São Vicente numa situação confrangedora.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 874, de 30 de Maio de 2024

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