O músico e compositor maiense Adalberto Silva, também conhecido por “Betú”, foi homenageado, neste Sábado, 6 de Julho, com a colocação de uma silhueta na Avenida Amílcar Cabral, da cidade de Porto Inglês, ilha do Maio, pela sua contribuição à música de Cabo Verde. Betú considerou esta homenagem “um reconhecimento diferente e especial” porque “não o posso levar para casa e vai ficar aqui, nesta avenida charmosa do Maio”
A cerimónia de homenagem foi presidida pelo Ministro da Cultura e contou com a presença do edil do Maio e outras entidades, familiares e da população em geral.
“Reconhecimento diferente e especial”
Na ocasião, o músico e compositor mostrou-se surpreendido com a homenagem, tendo ainda destacado o valor simbólico e diferencial da iniciativa do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas.
“Fiquei surpreendido porque não esperava. Este é um reconhecimento diferente e especial porque em todos os outros reconhecimentos que já recebi tenho os troféus em casa. Este eu não o posso levar para casa e vai ficar aqui, nesta avenida charmosa do Maio”, reagiu o compositor citado pela Inforpress.
Para o homenageado, ter uma silhueta na avenida Amílcar Cabral, a principal e mais nobre via da Cidade de Porto Inglês, tem “outra dimensão e outro valor simbólico” porque, como disse, “o Betú vai estar agora sempre presente”, num local da cidade que é praticamente um ponto de passagem obrigatória para todos os que visitam a ilha do Maio e de onde de pode a contemplar a bela extensão de areia e as águas transparentes do oceano atlântico.
“Figura incontornável e inquestionável”
A cerimónia foi presidida pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, que destacou a figura de Betú enquanto um homem “incontornável e inquestionável” dentro daquilo que é o percurso do compositor na música de Cabo Verde.
“Creio que é um justo tributo a esta personalidade da cultura cabo-verdiana. Betú é um dos nomes mais proeminentes da composição em Cabo Verde e também um dos que mais contribuiu para a qualidade da sua arte e para a classificação da morna a Património Imaterial da Humanidade”, destacou.
Natural da ilha do Maio, Betú é “um dos nomes incontornáveis na música cabo-verdiana”. Começou a compor na década de 70 e as suas composições encontram-se hoje gravadas por Cesária Évora, Ildo Lobo, Nancy Vieira, Dudu Araújo, Mirri Lobo, Assol Garcia.
Consta das suas composições temas como Cusas di coraçon, Djarmai di meu, Nha Berço, Amor e Mar, Beijo, Criola, Denuncia, Estudante, Fidjo Feméa, Gloria Menina, Judite, Tema cu bo, Nha Vazio, Noiva di Ceu, Notícia, Nos fe, Nos Amizade, Nha Docin e vários outros.
Homenagem a outras grandes figuras da cultura
A silhueta de Betú faz parte de um projecto do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas que visa homenagear e deixar o registo, em esculturas, de grandes personalidade e figuras da cultura e vultos da sociedade cabo-verdiana nos municípios que os viu nascer.
Além de Betú, outros nomes como Arménio Vieira, Osvaldo Osório, Dina Salústio, Fátima Bettencourt, Bana, Luís Romano, António Aurélio Gonçalves “Nho Roque”, José Lopes da Silva, António Mascarenhas Monteiro, Vadú, Sara Tavares, Ildo Lobo vão receber silhuetas.
C/Inforpress
Autoria das fotos: Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas
