Milhares de casas foram submersas pela rápida subida das águas provocada pela ruptura da barragem de Alau, no rio Ngadda, a 20 quilómetros a sul de Maiduguri, nordeste da Nigéria, após um fim-de-semana de chuvas torrenciais. Equipas de socorro falam em 1.1 milhão de pessoas afectadas.
Barkindo Mohammed, director-geral da agência local de socorro, a Agência Estatal de Gestão de Emergências (SEMA), estima que “as inundações tenham deslocado 1,1 milhão de pessoas”, mas acrescenta que os dados ainda estão a ser compilados.
Oito campos foram instalados pelas autoridades para acolher as pessoas deslocadas pelo desastre.
De acordo com o balanço provisório divulgado na quarta-feira, 11 de Setembro, pelos serviços de socorro, “pelo menos 30 pessoas” morreram devido às inundações, as piores dos últimos 30 anos, avançou a agência das Nações Unidas para os refugiados na Nigéria.
Ao microfone de Abdoulaye Issa, Fatima Muhammad Habib, da ONG Advocacy for Human Value Foundation, sublinha as dificuldades nas operações de socorro.
Hospitais fechados e pessoas a passar fome
Alguns dias após a inundação, estamos com sérias dificuldades nas operações de socorro. Temos mais pedidos de ajuda do que aqueles que conseguimos responder.
Conseguimos retirar alguns carros que estavam presos, mas os meios de que dispomos, como os camiões, não conseguem chegar a determinadas áreas muito estreitas.
Temos outro problema: há demasiada gente, mesmo quando conseguimos resgatar pessoas presas, não temos onde as colocar. Onde acolher as vítimas do desastre? As escolas ou os estabelecimentos reservados estão lotados.
Além disso, há fome, os hospitais permanecem fechados devido às inundações e à superlotação, e há escassez de produtos, porque a força das águas levou tudo.
147,9 milhões de dólares para apoiar vítimas
O Programa Alimentar Mundial pediu um desbloqueio de 147,9 milhões de dólares para os próximos seis meses para “apoiar as pessoas afectadas pelas inundações em Maiduguri e aquelas em situação de insegurança alimentar no nordeste da Nigéria”.
Desde o início da estação das chuvas, as inundações na Nigéria causaram “259 mortes” e “625.239 deslocados”, segundo Zubaida Umar, da NEMA – agência nacional de gestão das calamidades.
C/ RFI