A nova representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Cabo Verde, Ann Lindstrand, alertou que o país corre o risco de perder a certificação de país livre de Malária, atribuída em janeiro de 2024, caso não controle os casos de transmissão local até o início do próximo ano.
Com a chegada das chuvas, o Governo declarou a situação de contingência nacional devido ao aumento do risco de proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a malária e a dengue. Só este ano já foram registados 25 casos de malária, alguns deles de transmissão local.
Plano de emergência em andamento
Um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Saúde, com apoio da OMS e outros parceiros, está a preparar um plano de ação. Estão previstas ações como campanhas de limpeza, pulverizações e mobilização comunitária. A OMS irá reforçar a equipa com um entomologista e uma epidemiologista.
“Temos seis meses para agir e evitar perder a certificação”, alertou Lindstrand, apelando ao envolvimento urgente das autoridades e da população.
Outros desafios de saúde
A representante da OMS destacou ainda que o plano de ação 2024-2028 inclui metas como a digitalização dos serviços de saúde, o combate a doenças não transmissíveis como hipertensão e diabetes, e a melhoria da preparação para emergências.
Apesar dos desafios, Ann Lindstrand reconheceu os progressos do país nos últimos 50 anos. “A cobertura vacinal é quase a melhor de África. É impressionante ver os indicadores de saúde num país com tão poucos recursos”, sublinhou.
Adelise Furtado
*Estagiária
C/ RTP-África/Lusa
