Gualberto do Rosário, economista e ex- governante, que tem sido muito crítico quanto ao processo de desenvolvimento da sua ilha natal, afirmou ontem, na cidade da Ribeira Brava, que a ilha “não vai bem”.
Esta não é a primeira vez que Gualberto do Rosário chama a atenção para a situação do desenvolvimento socioeconómico local, sendo que o problema dos transportes tem sido especialmente realçado pelo mesmo nas redes sociais.
Desta vez, à margem da sexta reunião do Conselho Geral da Associação Nacional dos Municípios Cabo-verdianos, onde apresentou o painel “Visão Estratégica para o Desenvolvimento de São Nicolau”, o mesmo voltou a alertar que a ilha “não vai bem”. Citado pela Inforpress, o ex- presidente da Câmara de Turismo de Cabo Verde lembrou de todo o potencial de desenvolvimento que a ilha tem, sublinhando que não “é uma ilha para ser considerada periférica”, somente.
Múltiplos recursos
No seu entender, disse, possui muitos recursos, quer culturais e naturais, principalmente no domínio da economia marítima. “Tem as duas maiores baías de Cabo Verde, de São José e do Tarrafal, ambas riquíssimas que se prestam a vários tipos de actividades económicas, mas também tem a cidade da Ribeira Brava que tem um valor imenso na área turística”, destacou. Para reverter este cenário, tem de se apostar, como defende, nas suas potencialidades, em parceria com privados que “estão disponíveis para investir”.
Autarca apela à resolução dos problemas dos transportes Já José Martins, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, alertou, mais uma vez, que o desenvolvimento da ilha passa pela edificação de projectos “estruturantes”, que fomentem o emprego. Citado pela mesma fonte, esclareceu que essa é uma forma de “travar” a perda de população jovem.
Igualmente, apelou à resolução do problema dos transportes de e para São Nicolau, que continuam a ser um entrave ao desenvolvimento. José Martins defendeu ainda a construção da via rápida, de 6km, com recurso a “túneis”, para ligar a Ribeira Brava ao Tarrafal.
“Aproximando estes dois centros urbanos da ilha, como forma de dinamizar a economia local”, apelou.