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Francisco Carvalho: Uma vitória que renasce com esperança e responsabilidade

Por: Fidel Tavares*

Chegou o tempo da colheita. A terra já está pronta.

Marcos 4:29

Há um tempo para tudo. Tempo para vitórias internas – e aqui ganhou o PAICV – e tempo para ganhar Cabo Verde. A vitória aqui será de todos os cabo-verdianos, no país e na grande diáspora. E o pontapé de saída poderá ser dado agora em Junho, o mês da renovação, da colheita de bênçãos e consagração de Deus. Os olhos de Cabo Verde e do mundo estarão concentrados no evento do ano:  consagração de Francisco.

Todo este introito para citar Marcos (4:29), para quem “a terra já está pronta”. Preparemo-nos, pois, 2026 está próximo, “…o tempo da colheita”. A recente eleição interna do PAICV culminou numa escolha inequívoca dos militantes: Francisco Carvalho é o novo Presidente do partido. Com esta vitória, que o novo líder recusa ser exclusivo dele, inicia-se uma etapa crucial para a vida interna do maior partido da oposição, mas também para a consolidação da democracia cabo-verdiana. Mais do que a glorificação de uma candidatura, esta vitória traduz o clamor por renovação, abertura e sentido do futuro que há anos os cabo-verdianos – de Santo Antão a Brava – almejavam.

Há agora uma visão clara: um PAICV mais inclusivo, moderno, participativo e próximo das pessoas. Uma visão que encontrou eco em milhares de militantes de todas as ilhas e da diáspora, que depositaram confiança numa nova liderança, num novo ciclo de reorganização, na afirmação política e na preparação para os próximos desafios eleitorais.

A campanha foi intensa, marcada por debate de ideias, paixão militante e, por vezes, divergências. Mas agora é tempo de enterrar o machado de guerra, quanto mais não seja porque a força da democracia reside precisamente na pluralidade e na liberdade de escolha. Na vida política, aprendemos todos os dias: não há vencedores nem vencidos, o que haverá é a maturidade política, a união, o foco no colectivo. Por isso, o momento que se segue exige elevação política, espírito de reconciliação e sentido de responsabilidade coletiva. A prioridade agora é unir o partido, integrar todos os contributos válidos e construir uma liderança partilhada que mobilize o melhor de cada camarada.

Nesta esteira, é minha firme convicção de que, da parte que lhe cabe, Francisco Carvalho assume esta vitória com humildade e sentido de missão. Desde o primeiro momento, estendeu a mão a todos — incluindo aqueles que estiveram do lado de outras candidaturas. Uma atitude que valeu pela reciprocidade, na firme convicção colectiva de que o PAICV é maior do que qualquer grupo ou corrente interna. Todos fazem falta. Todos são chamados a participar. Me parece que é neste espírito de inclusão que se deve construir a nova página do partido.

Não haverá mudança real sem união interna. Não haverá alternativa política credível sem um partido coeso, organizado e orientado por princípios. Creio ser este o compromisso para os novos tempos: liderar com ideias, servir com responsabilidade, governar com os militantes e com todos, na máxima “um Cabo Verde para todos”. O desafio que se segue é exigente, mas o capital de confiança conquistado nas urnas e nas ruas permite olhar o futuro com otimismo.

O PAICV, sob a liderança de Francisco Carvalho, tem agora a oportunidade de renovar-se sem negar a sua história; reformar-se sem perder a sua identidade; preparar-se para governar com base numa agenda de justiça social, de coesão territorial e de desenvolvimento sustentável.

A vitória de Francisco Carvalho – já o dissemos – não foi apenas pessoal. E ele tem humildemente reafirmado isso. Foi uma vitória do projeto, uma vitória da militância ativa, uma vitória da esperança num PAICV capaz de representar com dignidade os anseios do povo cabo-verdiano.

Já se ouve dizer por aí que a história reabriu, mais uma vez, uma nova porta ao PAICV. E a responsabilidade de a atravessar pertence a todos nós. O caminho ainda é longo. Precisamos de viajantes corajosos e comprometidos.

Unidos, reconstruímos. Com esperança, avançamos.

*Psicólogo Clínico e Gestor de Empresas nos EUA. 

Licenciado em Psicologia pela Universidade de Coimbra.

Mestre em Aconselhamento em Saúde Mental e

Mestre em Gestão de Empresas pela Cambridge College, Massachusetts, USA. 

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