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Comissão de Gestão do basquetebol reconduz Mané Trovoada no cargo do seleccionador nacional

A Comissão de Gestão da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol (FCB) anunciou Sexta-feira, 14, que mantém Mané Trovoada como seleccionador nacional e alertou para o risco de Cabo Verde falhar, nos dias 27 e 30 de Novembro, na Tunísia, os jogos da primeira fase do apuramento Africano para o Mundial Qatar’2027. Por sua vez, Mané Trovoada, já divulgou a lista dos jogadores convocados para os próximos jogos.

Conforme avança a Agência Cabo-verdiana de Notícias (INFORPRESS), a decisão foi anunciada durante uma conferência de imprensa realizada no final da tarde de Sexta-feira,14, pela Comissão de Gestão criada na sequência da crise que afecta o basquetebol nacional.

Na ocasião, José Semedo, presidente dessa comissão de gestão, reclamou um posicionamento público do Governo e sublinhou que o órgão foi mandatado por sete das oito associações regionais para gerir a federação durante seis meses, com a tarefa prioritária de garantir a participação da selecção nos jogos de apuramento Africano para o Mundial Qatar’2027.

“O Governo terá de se posicionar sob pena de deixarmos passar uma oportunidade da nossa Selecção Nacional participar neste evento”, advertiu, lembrando que, perante a FIBA África, persiste um “impasse” quanto ao interlocutor legítimo, numa situação que descreveu como “federação bicéfala, com dois presidentes”.

 Via da estabilidade técnica

Semedo afirmou que, apesar das dificuldades financeiras, a Comissão de Gestão optou pela via da estabilidade técnica e convidou “Mané” Trovoada a reassumir o comando da selecção.

“Hoje foi anunciado um treinador para a Selecção Nacional, quando todos sabemos que temos um treinador com contrato em vigor até Agosto de 2026”, afirmou, questionando a sustentabilidade da federação assumir encargos com “dois treinadores ao mesmo tempo”.

Semedo explicou que o Governo, através da IDJ, já manifestou abertura para custear as passagens da deslocação da comitiva à Tunísia, mas insistiu que o problema central está na relação com a FIBA África, que aguarda a clarificação sobre quem representa oficialmente o basquetebol cabo-verdiano e sobre quem inscreve os jogadores na plataforma internacional, processo que, segundo referiu, tem prazo até 17 de Novembro.

Mané Trovoada agradece

Por seu turno, o seleccionador Emanuel Trovoada, conhecido por “Mané”, agradeceu a confiança da Comissão de Gestão e lembrou que Cabo Verde se encontra actualmente entre as cinco ou seis melhores selecções africanas.

O seleccionador reforçou o compromisso com o país e reconheceu as limitações do período de preparação.

“Sabemos que o tempo é curto demais. Quanto mais dias difíceis tivermos, menos tempo teremos”, alertou, recordando ainda as dificuldades que enfrentou nos últimos meses.

“Sofri nove meses sem renda, sem os meus salários e ninguém perguntou se eu abandonei o trabalho”, reiterou, garantido que permanece focado no trabalho da selecção.

Capitão Ivan Almeida: oportunidade relançar basquetebol cabo-verdiano

Na mesma conferência de imprensa, o capitão da selecção, Ivan Almeida relembrou os episódios vividos no último AfroBasket, com falhas organizativas, problemas de viagens, “per diems” não pagos e aquilo que classificou como “falta de respeito” aos jogadores e ao país.

Considerou que a Comissão de Gestão tem uma oportunidade para “relançar o caminho” do basquetebol cabo-verdiano.

Almeida alertou ainda para a instabilidade institucional que afecta directamente o rendimento dos atletas, sobretudo, numa fase em que Cabo Verde, “conquistou respeito no continente africano e passou a ser visto como um adversário temido nas grandes competições”.

Horas antes desta conferência, a Federação Cabo-verdiana de Basquetebol, entretanto destituída em assembleia-geral anunciara, nas suas redes sociais, o ex-atleta José Baía, como novo seleccionador nacional masculino, em substituição de Emanuel Trovoada, situação que acentuou a disputa em torno da liderança técnica da selecção.

Contestação à actual direção da FCB

Recorde-se que a contestação à actual direção da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol (FCB) liderada por Hélder Gonçalves também já levou à criação, na semana passada de uma “Comissão de Gestão”, liderada por José Semedo, com a missão de restaurar a credibilidade da modalidade e preparar a seleção nacional para a qualificação ao Mundial.

Os jogadores da Seleção Nacional manifestaram, recentemente “profundo descontentamento e preocupação” com a gestão da actual direção FCB. Os atletas realçam que falhas da FCB “comprometeram” a participação do país no último Afrobasket-2025 e ameaçaram não participar em qualquer evento da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), enquanto Hélder Gonçalves estiver na liderança da FCB.

Poucos dias depois, o antigo seleccionador cabo-verdiano de basquetebol, Emanuel Trovoada, acusou Hélder Gonçalves, o presidente “destituído” da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol de ter “humilhado e abandonado totalmente a selecção no Afrobasket Angola’2025” e que submeteu a comitiva à fome.

Por sua vez, o presidente da Federação Cabo-verdiana de Basquetebol, Hélder Gonçalves, rejeitou as acusações dos jogadores da selecção nacional e denunciou uma “campanha ilegal de desestabilização”, garantindo que continuará à frente da direcção até uma decisão judicial.

C/INFORPRESS

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