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Sociedade

14 de Fevereiro: Dia histórico para Cabo Verde com investidura do seu primeiro cardeal

É este sábado, 14, que serão investidos os 15 novos cardeais católicos, do mundo inteiro, entre eles o Bispo de Santiago, Dom Arlindo Furtado. Um marco para Cabo Verde, conforme afirma o vigário-geral João Augusto Martins, ao mesmo tempo, um reconhecimento de “tudo” o que este arquipélago conquistou desde a época em que entrou para a Igreja Universal.
É um momento de júbilo para a comunidade católica cabo-verdiana e não só. A Santa Sé investe 15 novos cardeais no conclave que acontece 14 (sábado) e 15 (domingo) de Fevereiro, na Basílica de São Pedro, Vaticano, Roma.
Cabo Verde regozija-se com este momento descrito pelo vigário-geral da Diocese de Santiago, padre João Augusto Martins, como “um acontecimento histórico”. “É um sinal pelo reconhecimento pelos trabalhos feitos em Cabo Verde e que vai continuar a ser desempenhado. Nesse momento estamos alegres e com muita expectativa. A comunidade católica cabo-verdiana está a rezar pelo Bispo Dom Arlindo Furtado que já se encontra em Roma”, diz.
Ainda, segundo aquele prelado, a nomeação carrega consigo anos de história em torno da igreja católica em Cabo Verde desde a sua descoberta no século XV aos dias de hoje, 40 anos depois da sua independência nacional. “A nomeação é uma satisfação, sermos chamados para colaborar e estar mais perto do Santo Papa, da organização da igreja”, afirma aquele responsável, para quem, mais do que isso, a investidura de Dom Arlindo Furtado representa o “reconhecimento da semente lançada em Cabo Verde” pelos primeiros missionários que aportaram estas ilhas.
A mobilização dos cabo-verdianos é tanta que uma comitiva de cerca de 30 pessoas vai deslocar-se a Roma para acompanhar esse momento único. Um dos presentes é o primeiro-ministro, José Maria Neves, amigo pessoal de Dom Arlindo Furtado e católico praticante, como é sabido.
Para além do grupo que sai de Cabo Verde, outros mais cabo-verdianos residentes nos Estados Unidos da América, França, Holanda, Portugal, entre outros lugares, fazem questão de participar na investidura do primeiro bispo do país a cardeal, um cargo importante na Santa Sé.
QUATRO SÉCULOS DEPOIS
A escolha de Dom Arlindo Furtado a cardeal acontece quase 500 anos depois da criação da Diocese de Santiago de Cabo Verde. Esta é, segundo a História, a mais antiga circunscrição cristã criada no continente africano, responsável em tempos idos de um vasto território que ia da Guiné à Serra Leoa e Libéria.
O primeiro-ministro José Maria Neves e o presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva, felicitaram por altura do anúncio oficial o Bispo da Diocese de Santiago pela sua indicação pelo Papa Francisco ao cargo de Cardeal da Igreja Católica.
“É com enorme satisfação que tenho a honra de, em nome do Governo da República de Cabo Verde e em meu nome próprio, lhe transmitir as nossas mais vivas e calorosas felicitações, extensivas à Igreja de Cabo Verde, uma das mais antigas dioceses africanas”, disse JMN.
Para Ulisses Correia e Silva, com a nomeação de Dom Arlindo Furtado, veio confirmar-se, acima de tudo, a relação de proximidade e compaixão que esse cabo-verdiano sempre manteve com as comunidades por onde passou, “deixando marcas de um homem e pastor de grande dimensão humana…”
POLÉMICA
Enquanto o Bispo Dom Arlindo Furtado aguarda pelo “grande” dia, em Cabo Verde, levanta-se já a polémica acerca da nomeação de um bispo auxiliar que deverá assumir as responsabilidades actuais do chefe dos católicos em Santiago, caso o mesmo ficar ausente por muito tempo do país. Vários cenários e candidatos já foram apontados, inclusive o Vigário geral Padre João Augusto Martins, apurou o A NAÇÃO.
Martins afirma, a propósito, que, de momento, o problema não se discute dentro da igreja, uma vez que ainda não se sabe ao certo se Dom Arlindo, depois investido a cardeal, irá ausentar-se ou não, por muito tempo, do país. “Isso dependerá se o Papa Francisco o chamar. Dom Arlindo Furtado não falou sobre isso. Ele é o Bispo de Santiago e até o momento não verificou-se nenhuma necessidade para nomear um Bispo auxiliar”, responde aquela fonte.
“Mas existem”, admite também, “outras estruturas dentro da igreja que podem auxiliar o Bispo, quando se ausentar, sem ser elevado ao cargo de bispado como o Vigário geral, conselhos pastorais e auxiliar da cúria que também é próximo do bispo”.

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