PUB

Política

Sokols quer assumir-se como “protagonista” da autonomia e propõe criação de câmara de senadores

O presidente do Movimento Sokols 2017 garantiu hoje, no Mindelo, que vai continuar a defender a autonomia e “fazer tudo para mudar a mentalidade das pessoas” e propõe ainda a criação de uma câmara de senadores.

O caminho do Sokols 2017, conforme Salvador Mascarenhas, só pode ser esse, por forma a respeitar não só o desenvolvimento natural da história, como também o “orgulho” dos habitantes das ilhas.

“Quer dizer que vamos assumir uma parte activa para encontrar a autonomia, não queremos dizer que sejamos os únicos e o primeiro, nós somos um movimento cívico e queremos que apareçam mais movimentos cívicos para que a sociedade tenha voz”, lançou o responsável, que convocou a imprensa hoje, no Mindelo, para mostrar o posicionamento do grupo.

Reafirmando, segundo a mesma fonte, sempre “apartidários” querem estimular a cidadania activa, e inclusive para contrariar o modelo regionalização, recentemente aprovado na generalidade na Assembleia Nacional, que acreditam que não vai resolver o problema das ilhas.

“Estranhamos o erro de percepção que o poder e os partidos políticos estão cometendo, ao tentar impor ao povo um modelo de governação custosa e complexa, em vez de uma autonomia, que reduz os custos actuais, que é menos complexa, mais eficiente e com avanços exigidos pela democracia”, criticou.

Salvador Mascarenhas vai mais longe e assegurou que o modelo agora proposto é “uma forma de criar postos para o colonialismo da Praia”.

“Estamos a ser colonizados pela Praia, não digo Santiago porque os outros concelhos também estão a ser colonizados pela Praia. O que vai acontecer é que o poder vai enviar emissários mais de perto”, disse o activista, para quem esta nova forma de regionalização administrativa, que disse ser contra, só vai trazer “mais descontrolo, burocracia e corrupção”.

É neste sentido, que propõem a criação de um senado, em que cada ilha seria representada por um senador, em que, ajuntou, se discutiria as coisas “de forma horizontal”.

“E não essa regionalização feita para fins eleitorais, para conservar o poder e continuar com as benesses”, como classificou Carlos Araújo, outro dos elementos da Sokols 2017.

Para a combater, vão continuar a lutar, segundo a mesma fonte, com as armas “mais pacíficas” e fazer com que as pessoas mudem de mentalidade, tanto em São Vicente, como nas outras ilhas e as ensinar a “reclamar, a exigir e dizer o que quer”.

Uma acção, que pretendem colocar em prática com palestras, não só sobre a autonomia, mas também de “como deverá ser o futuro”.

No caso de São Vicente, propõem ainda uma nova organização da câmara municipal para uma outra com “outro dinamismo e novas pessoas”.

“Por exemplo o Governo da ilha vai ter de criar toda a política da ilha e a câmara vai ser um mero executante político”, explicou Carlos Araújo, para quem a figura de presidente da câmara deixa de existir e será substituído por um “administrador de carreira”.

Sokols 2017, inspirado no movimento de cultura cívica e intelectual que surgiu em São Vicente nos meados de 1932, é formado por um grupo de cidadãos que se dizem “apartidários, livres e independentes” e que definem como objectivo intervir junto da sociedade civil para a sua “consciencialização” acção social e política.

Inforpress

PUB

PUB

PUB

To Top