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Economia

São Vicente: Casal suíço-americano lança gin “made in” Cabo Verde

Na semana passada, o Centro Cultural do Mindelo foi palco do lançamento do “Gin d’Ilha” e “Mestres Grogue Velha”, produtos da “Mestres das Ribeiras” marca criada por Jerome Cretegny e Kenya Cretegny. Um é suíço e a outra é norte-americana, que vivem em Cabo Verde há alguns anos.

No caso do gin, este é o primeiro produzido e engarrafado em Cabo Verde e na África Ocidental, segundo foi dito ao A NAÇÃO. A bebida tem como base o “Mestres Grogue Branco”, primeiro produto da marca, lançado em 2017. “O gin é fundido com uma mistura secreta de plantas, zimbro e ervas locais da ilha de Santo Antão. O resultado é um  produto delicioso e maravilhosamente perfumado com corpo e alma de Cabo Verde”, explica Kenya Cretegny.

Já o “Mestres Grogue Velha” resulta de um processo de envelhecimento lento, em barris antigos, que antes continham vinho do Porto. Este processo permitiu que o sabor contido na madeira dos barris se infundisse com o grogue, criando um sabor único de caramelo, café e canela, com uma cor âmbar rica, semelhante à dos runs das Caraíbas ou da América Latina.

Tradição e inovação

O “Gin d’Ilha” e o “Mestres Grogue Velha” são o segundo e o terceiro produtos sob o rótulo “Mestres das Ribeiras”. Em 2017, a mesma marca já tinha lançado o “Mestres Grogue Branco”. Neste caso, o gin e o grogue velha são produzidos, utilizando melaço cem por cento fermentado de Santo Antão e duplamente destilado do seu laboratório, em Porto Novo.

“A nossa abordagem mistura as tradições antigas com métodos de destilação moderna e com o nosso compromisso com a qualidade, que é perfeitamente resumido no nosso slogan de tradições antigas a novos começos”, avança Jerome Cretegny.

Aliar a tradição à inovação na produção do grogue e seus derivados é, até então, o que diferencia os produtos de “Mestres das Ribeiras” das demais no mercado nacional. Aliás, isso está patente no seu élan: “bedj pá nov”.

“Procuramos produtores artesanais até encontrar os melhores grogues tradicionais criados com paixão e engenho. Seguidamente utilizámos técnicas de refinação especializadas, incluindo a destilação dupla, resultando num grogue com um grau de pureza e balanço elevados. O grogue foi produzido da mesma forma durante séculos e permaneceu no centro da vida das pessoas” acrescenta Jerome.

Kenya e Jerome são dois entusiastas das bebidas espirituosas, procuram ambos a inovação a partir da tradição.

Toda a matéria-prima utilizada na produção dos produtos “Mestres Grogue” é proveniente de Santo Antão, facto que se deve à reputação do grogue na ilha. “O grogue de Santo Antão tem uma boa reputação. Também amamos a ilha e vivemos entre São Vicente e Santo Antão devido à ligação entre ambas”, sustenta Jerome Cretegny.

Mercado nacional

A primeira experiência do casal com o grogue foi, porém, em Santiago, há sete anos. Foi aqui que nasceu a ideia de criar uma marca própria e moderna do produto. Contudo, no decurso dos anos, a dupla decidiu fixar residência entre São Vicente e Santo Antão, para materializar o seu objectivo.

No ano passado, por altura do Carnaval, os dois lançaram a primeira garrafa de grogue, em São Vicente e Santo Antão. Além dessas duas ilhas, hoje, o produto encontra-se disponível também no Sal, na Praia e na Boa Vista.

O casal não descarta, entretanto, a possibilidade de apontar as baterias para o mercado externo. Reconhecem que isso implicaria condições favoráveis no que tange aos transportes, um dos grandes constrangimentos, neste momento, para o desenvolvimento da economia cabo-verdiana.

JF

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