A ideia, lançada pelos produtores, já consta do plano estratégico de desenvolvimento sustentável do Porto Novo, que começa a vigorar a partir deste ano, e tem como propósito promover “um dos produtos de marca” deste concelho, com o maior efectivo pecuário do arquipélago (23 mil cabeças de gado).
O queijo do Porto Novo, mais concretamente do Planalto Norte, tem estado a marcar, nos últimos cinco anos, a presença regular na feira mundial do gosto, em Itália, tendo confirmado, na edição de 2018, em Turim, no mês de Setembro, o estatuto de “um dos melhores do mundo”.
Além disso, o queijo que se produz neste concelho tem marcado presença na feira agro-pecuária de Santo Antão, promovida, anualmente, pela câmara do Porto Novo, desde 2004, sendo o maior evento de promoção das potencialidades nos domínios da agricultura e pecuária, que tem lugar nesta ilha.
Além da unidade agro-alimentar do Porto Novo, capaz de produzir um milhar e meio de queijo por semana, este concelho dispõe ainda da cooperativa dos criadores da Montanha, com sede no Planto Norte, que tem no se seio 30 produtores, que vêm com bons olhos a realização da feira.
A nível nacional, o queijo “made in” Porto Novo tem sido comercializado nos mercados turísticos, apesar dos problemas de transportes inter-ilhas, existindo a possibilidade deste produto, chegar a mercados internacionais.
António Sabino, um dos mais conhecidos produtores deste concelho, informou que o queijo está a suscitar o interesse de uma empresa suíça vocacionada para a produção e comercialização de queijos.
O queijo fresco, que se faz, artesanalmente, no Planalto Norte do Porto Novo recebeu, em 2007, a chancela de património mundial do gosto pela fundação Slow Food, com sede em Itália, tendo sido, também, em 2017, galardoado, pela mesma instituição internacional, com a medalha “Slow Cheese Award”.
Segundo este representante dos produtores, na edição deste ano da feira internacional do gosto, em Itália, este queijo, que se faz de leite de cabra cru, acabou por confirmar o estatuto de “um dos melhores cinco queijos” a nível mundial.
Este produtor propõe, assim, ao Governo a certificação do produto para poder ser competitivo nos mercados.
A ideia de se avançar com a feira do queijo no Porto Novo acontece numa altura em que este concelho está a ser atingido por uma seca severa, que preocupa os criadores de gado, os quais têm estado a desfazer dos seus animais devido à dificuldade na aquisição de ração.
Além do queijo fresco, produz-se também, no Porto Novo, o queijo curado, considerado já “um caso de sucesso” no mercado nacional.
Inforpress
