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Política

10 anos graduação para rendimento médio: Governo confiante na transformação de Cabo Verde num país desenvolvido

Ao fim de 10 anos da graduação de Cabo Verde para o grupo de países de rendimento médio, o Governo declara-se confiante na transformação do arquipélago num país desenvolvido a médio prazo e duplicar o rendimento per capita.

Apesar de considerar que o país não estava preparado para assumir essa condição devido aos desafios que tinha que enfrentar, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, adianta que a graduação foi sem sombra de dúvida uma “solução boa” para Cabo Verde.

Segundo Olavo Correia, o país viu reduzido para metade as ajudas públicas ao desenvolvimento, passando dos cerca de nove milhões de contos anuais para cerca de quatro milhões de contos, deixou de ter empréstimos em condições preferenciais.

A graduação coincidiu com o eclodir das crises e, por outro lado, o país foi ainda confrontado durante esse período com vários choques internos do ponto de vista da seca e da erupção vulcânica que levou o país a ficar condicionado a um quadro orçamental mais restritivo.

E para sair do sufoco, a resposta do país foi a aceleração da dívida pública o que colocou ainda mais restrições em relação ao futuro.

O vice-primeiro-ministro é taxativo em afirmar que não é ajuda pública que vai fazer desenvolver Cabo Verde, mas sim a mobilização de recursos endógenos e estratégias para fazer o país criar riqueza.

“Um país que se preze que é um país de rendimento médio tem que ter uma base de tributação que lhe permite investir na saúde, na educação nos transportes e nas infra-estruturas. Não pode ser um país que financia o seu orçamento com base apenas na ajuda pública“, sustentou.

O que importa neste momento, sublinhou Olavo Correia, é continuar a preparar o país para fazer face aos desafios próprios desse contexto de graduação.

“Estamos ainda nessa luta porque a transformação sectorial, seja ela a nível da agricultura, do turismo, mas também ao nível da construção de um sector privado empresarial forte e competitivo capaz de substituir o Estado num conjunto de matérias ao nível da gestão e dos investimentos leva no minino 10 anos”, explicou citando exemplos de países com Seychelles e Maurícias.

Neste sentido, indicou que há em curso uma série de reformas para criar um ambiente de negócios propício, ter um sector privado pujante que possa compensar a retirada do dos Estado no que tange aos investimentos nos sectores rentáveis.

Conforme indicou, o Estado deve concentrar-se nas actividades que são essenciais como a educação, a saúde e a segurança, e deixar que os transportes, os portos e os aeroportos as energias possam ser financiados e geridos por empresas nacionais e internacionais.

O vice-primeiro-ministro considera que o país tem todas as condições para atingir o rendimento médio alto. Para que tal aconteça, o Governo vai investir na conectividade, para ligar as ilhas entre si e Cabo Verde ao mundo, transportes aéreos, marítimos e conectividade tecnológica e qualificação dos recursos humanos.

“Temos um país que tem sol, muito mar, tem praias lindíssimas, temos ilhas maravilhosas, uma diáspora em todos os cantos do mundo com amor ao país e uma comunidade internacional com grande propensão para investir em Cabo Verde e uma juventude qualificada e preparada para servir o país”, elencou.

“Nós temos de pensar que Cabo Verde só conseguirá avançar se tiver uma estratégia para viver do suor do seu esforço: os cidadãos têm de trabalhar para pagar impostos para o Estado possa investir. O país não pode estar a viver de mãos estendidas à espera da caridade da comunidade internacional”, observou.

Na sua perspectiva, o Governo está a caminhar para uma estratégia de desenvolvimento assertivo, apostando na economia do mar, nas tecnologias, no sistema financeiro e na plataforma comercial e industrial e nas energias renováveis e fazendo de Cabo Verde um país plataforma, um país dos serviços com um sistema educativo de excelência, preparando quadros para competir no mundo.

Por outro lado, fala numa administração pública que sirva os cidadãos e as empresas do ponto de vista de decisão, facilitação, da criação de um ambiente de negócios de qualidade.

“Precisamos de um sector privado forte, com capacidade financeira e o Governo está a formatar um ecossistema de financiamento para facilitar o financiamento às empresas que queiram investir, criar emprego e gerar rendimento.

Inforpress

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