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Economia

Queda no fluxo turístico de Santo Antão devido aos preços caríssimos dos transportes aéreos

O fluxo de turistas para Santo Antão baixou, a partir de Dezembro, situação que está a preocupar os operadores locais, que apontam os “preços caríssimos” dos transportes aéreos como um dos factores que levam à essa redução.

Essa inquietação foi manifestada, esta terça-feira, pelos operadores turísticos no Porto Novo, durante um encontro com o ministro que tutela a área do turismo, José Gonçalves, alertando para casos em que os preços dos transportes entre, por exemplo, Lisboa e São Vicente, chegam a triplicar.

“Infelizmente, desde Dezembro, notou-se uma baixa no turismo em Santo Antão. Um dos factores que estão na base dessa situação tem a ver com os transportes aéreos. Os preços estão caríssimos para se chegar até São Vicente. Pensamos que assim, o turismo em Santo Antão não pode ser competitivo”, informou Sandra Pereira, gerente a agência de viagens Atlantur, com sede na cidade do Porto Novo.

Também a nível doméstico, os preços quase duplicaram, nos últimos tempos, segundo a porta-voz dos operadores, que explicou que, antes um turista, que pretendia visitar Santo Antão e mais três ilhas, pagava 33 mil escudos de avião, mas, neste momento, o valor chega a 50 mil escudos ou mesmo a 60 mil escudos.

Essa situação, segundo Sandra Pereira, está a desencorajar a vinda de turistas a Santo Antão, e a ter “reflexos negativos” no fluxo, que diminuiu nos últimos dois meses.

Para o edil do Porto Novo, a questão dos transportes aéreos é “relevante” e “preocupante” e, a seu ver, deve merecer a atenção do poder público, porque está a afectar o poder competitivo do turismo em Santo Antão.

Porém, os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional das Estatística (INE) provam o contrário, segundo o ministro do Turismo e Transportes e ministro da Economia Marítima, que informou que o turismo em Santo Antão cresceu, no quarto trimestre de 2018, cerca de 14 por cento (%), em comparação com o período homólogo de 2017.

“Os dados do INE estão a mostrar que não houve diminuição de turistas para Santo Antão. Por isso, não é correcto dizer que houve redução”, sublinhou José Gonçalves, que admitiu, todavia, que os transportes aéreos “continuam sendo um desafio” para Cabo Verde.

A aposta no saneamento, a situação da lixeira inter-municipal da Ribeira Brava, na fronteira entre Porto Novo e Paul, a requalificação urbana, a limpeza dos percursos turísticos e a concorrência desleal foram outras preocupações manifestadas pelos operadores, no encontro com José Gonçalves.

O governante, que está de visita a Santo Antão, admitiu que a concorrencial desleal no sector do turismo está “implantada” no país, mas que “o Governo tem estado atento à questão”.

Anunciou que está-se, neste momento, a analisar o quadro legal sobre está matéria, que está “ultrapassado”, para se “ajustar a lei e, assim, diminuir a situação de deslealdade” existente a nível de concorrência no sector do turismo.

Essa preocupação foi levantada pelo operador Alexandrino Alves, para quem a pousada da juventude do Porto Novo tem sido o primeiro concorrente das residenciais existentes no município.

Inforpress

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