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Cultura

Kriol Jazz Festival: Pagodinho, Mayra e Stanley aguardados com expectativa

O Jazz e suas fusões estão de volta à Pracinha da Escola Grande, no Platô, Praia, esta sexta-feira,12, e sábado, 13, para mais uma edição do Kriol Jazz Festival (KJF). O sambista Zeca Pagodinho (Brasil), que fez esgotar os bilhetes do primeiro dia de festival pago, e a cabo-verdiana Mayra Andrade, que vem apresentar, pela primeira vez, em Cabo Verde, o seu álbum Manga, são os nomes mais aguardados do festival. Stanley Clark, também.

Na sua 11ª edição, há muito que o KJF deixou de ser um festival de “puro jazz” para abraçar ritmos e músicas do mundo. Fusões de África, Europa, América e Caraíbas, que se cruzam no palco da Pracinha da Escola Grande, no Platô, a casa mãe deste encontro de culturas desde a sua primeira edição.

Em tons uns mais “jazzísticos” que outros, os dois dias de festival pago, com os bilhetes a dois mil escudos por dia, prometem casa cheia. Em muito graças a um dos reis do samba Zeca Pagodinho, um dos principais cabeça de cartaz do festival.

Pagodinho actua logo na primeira noite, sexta-feira, 12, pelas 20 horas. Acompanhado pela banda Muleke, Zeca deverá trazer uma viagem pelos “hits” que fizeram dele um dos músicos mais respeitados do Brasil. Espera-se por isso um espectáculo dançante e com muita interação com os fãs.

Zeca Pagodinho parte depois para o Mindelo, onde actua no Festival da Juventude, este domingo,14. Mas, antes, na Praia, o sambista brasileiro abre o palco para o reconhecido Tito Paris, que deverá também vir apresentar o seu último álbum , “Mim ê bo”. Segue-se ainda nessa noite o projecto D´Alma Lusa. Diferentes músicos e artistas da África Lusófona, e não só, juntam-se para partilhar as suas culturas e dialectos, unidos pela música e a língua portuguesa. Anabela Aya (Angola), Karyna Gomes (Guiné Bissau), Roberta Campos (Brasil), Mirri Lobo (Cabo Verde), Otis (Moçambique) e Cuca Roseta (Portugal) são os artistas que integram este projecto.

A fechar a primeira noite de festival pago os cubanos El Comité prometem aquecer o público com os seus ritmos “calientes” madrugada adentro.

Amanhã, sábado,13, cabe ao lendário Lucky Peterson abrir o festival ao som do “blues” americano, um show que vai certamente atrair os fãs de um bom Jazz. A cabo-verdiana Élida Almeida e Tiloun, das ilhas Reunião entram depois em cena para um projecto onde a música crioula será rainha. O Índico e o Atlântico cruzam-se no palco para um encontro de música e culturas.

O senhor que se segue dispensa apresentações para quem é fã e conhecedor de Jazz. Stanley Clark, baixista multitalentoso, vencedor de quatro grammy não vai passar despercebido no palco da Escola da Pracinha grande. A sua presença em Cabo Verde é quase um sonho, para os amantes do jazz.

Estreia de “Manga”

Clark, antecede aquele que será o último show da noite e talvez um dos mais aguardados, também. Mayra Andrade regressa ao KJF para apresentar, pela primeira vez, em Cabo Verde, o seu mais recente álbum “Manga”. Lançado em Fevereiro passado, o disco tem percorrido vários palcos da Europa e que, para a crítica, marca uma reviravolta sonora na carreira da artista.

Esta 11ª edição do festival homenageia Daniel Rendall e Pedro Rodrigues, duas figuras ímpares da música tradicional de Cabo Verde. À semelhança dos outros anos, para além das duas noites tidas como mais fortes do festival (as noites de ingresso pago), o KJF saiu mais uma vez para os bairros. Este ano a Zona Kriol aconteceu na Vila Nova, no passado sábado, 6, com a estreia de Azagua, Trakinuz, Bulimundo e o rapper brasileiro Rincão Sapiência. Além da Zona Kriol, o festival teve ainda mais um dia grátis. Ontem à noite subiram ao palco da Pracinha da Escola Grande Cuca Roseta, Portugal, e Mário Lúcio com o regresso dos Simentera, num espectáculo que assinalou o encerramento da 7ª edição do Atlantic Music Expo e abertura oficial do KJF.

Orçado em 29 mil contos, o KJF  enfrenta o desafio da sustentabilidade financeira. Recentemente em entrevista à RCV, o promotor José “Djo” da Silva apelou à necessidade de os patrocinadores apostarem no festival. A Câmara da Praia apoia o certame em 10 mil contos.

Gisela Coelho

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