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Hong Kong: Chefe do Governo admite entrada de Exército Chinês se protestos continuarem  

A líder de Hong Kong, Carrie Lam, admitiu, esta terça-feira, 8, que os militares chineses podem vir a intervir no Território se a violência dos protestos piorar, mas reiterou que o Governo ainda espera resolver a crise.

Lam exortou os críticos estrangeiros a aceitarem que os quatro meses de protestos marcados pela escalada da violência não podem mais ser caracterizados como “um movimento pacífico pela Democracia”.

A chefe do Governo disse que a possibilidade de Hong Kong pedir uma intervenção chinesa está prevista na mini-Constituição do Território, a Lei Básica, mas não indicou em que circunstâncias o poderá fazer.

Os protestos começaram em Junho, por causa de uma proposta de emendas a uma Lei que permitiria extraditar suspeitos de crimes para território e países sem acordos prévios, como a China, mas cedo se transformou num movimento anti-governamental e pró-Democracia.

Os manifestantes diziam temer que a proposta, entretanto abandonada pelo Governo de Hong Kong, fosse mais um exemplo da crescente influência de Pequim sobre a ex-Colónia britânica, à qual foi prometido um alto nível de autonomia quando regressou ao domínio chinês em 1997.

A contestação teve um forte impacto no Turismo local e prejudicou as empresas no centro financeiro internacional, lesando ainda mais a Economia da cidade, à medida que enfrenta os efeitos da guerra comercial Estados Unidos/China.

Num endurecimento da posição do Governo perante os protestos na semana passada, Lam invocou uma Lei de Emergência da era colonial para criminalizar o uso de máscaras em manifestações, mas a decisão parece ter aumentado a violência, que se intensificou no passado fim de semana.

Na semana passada, polícias dispararam, pela primeira vez, balas reais sobre manifestantes, ferindo dois adolescentes.

A aplicação da proibição das máscaras começou no sábado, e Lam disse que era muito cedo para avaliar se a medida tinha falhado. Até hoje, dois jovens foram acusados de violar a proibição que pode resultar numa pena até um ano de prisão e numa multa de quase três mil euros.

Os críticos temem que a Lei invocada, que dá a Lam amplos poderes de decisão, ultrapassando o processo politico legislativo, possa abrir caminho para a declaração de um estado de emergência. A chefe do Governo disse que o Executivo faria uma “avaliação cuidadosa” antes de impôr outras medidas legais, como restrições ou bloqueios à Internet.

Lam também se comprometeu a continuar o diálogo e a adoptar medidas para resolver os problemas económicos e de subsistência no discurso sobre políticas a seguir no Território, que deve ocorrer no dia 16 de Outubro, quando forem retomados os trabalhos no Conselho Legislativo, o Parlamento de Hong Kong.

Os manifestantes invadiram e danificaram o edifício do Conselho Legislativo em 1 de Julho. Lam apelou à paz aquando da abertura da Sessão Legislativa, alertando que mais interrupções atrasariam a aprovação de projectos de Lei e impediriam o desenvolvimento da cidade.

Com Lusa

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