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Alemanha: Extrema Direita avança e partidos tradicionais sofrem nova derrota eleitoral

A Extrema Direita alemã, liderada por uma de suas figuras mais radicais, registou um novo avanço nas Eleições Regionais deste domingo, 27, na Turíngia, no centro do País, segundo estimativas das televisões ARD e ZDF.

O Partido anti-imigrante – Alternativa para a Alemanha (AfD) – está à frente do Partido Conservador de Angela Merkel, que, com 22 por cento (%), perde mais de dez pontos e obtém o pior resultado de sua história nesta Região da antiga RDA (República Democrática Alemã), segundo estimativas.

A Extrema Direita chega na segunda posição, com entre 23% e 24% dos votos, ou seja, mais do que o dobro da eleição anterior, segundo cálculos da Televisão Pública. O actual ministro-Presidente da Região, Bodo Ramelow, da Esquerda Radical, lidera com cerca de 30% dos votos, resultado superior ao de cinco anos atrás.

De acordo com as pesquisas pré-eleitorais, os dois partidos que compõem a Coligação Nacional de Governo, os conservadores da CDU de Angela Merkel e os social-democratas do SPD, terão uma dura derrota.

O avanço da Extrema Direita é particularmente preocupante por ocorrer logo depois de um atentado anti-semita e xenófobo, cometido por um militante neo-nazista em Halle, na Região vizinha de Saxônia-Anhalt.

O líder da AfD em Turíngia, Björn Höcke, faz parte da ala mais radical do Partido e é acusado de ter estimulado ataques como o de Halle, onde um tiroteio a uma Sinagoga e um restaurante turco matou duas pessoas, mas por pouco não se tornou um massacre.

A Eleição em Turíngia, de dois milhões de habitantes, confirma a ascensão contínua da ultra-direita a cada Eleição na Alemanha, a partir de 2015, em especial, na antiga RDA. Em Setembro, ela ultrapassou, pela primeira vez, os 20% dos votos em duas eleições, na Saxônia e em Brandeburgo. Na Região Oeste do País, o apoio à AfD é mais tímido.

Para os conservadores da CDU e os social-democratas do SPD, a votação deste domingo representa mais um recuo que fragiliza o Governo de Coligação de Angela Merkel. Os dois partidos têm demonstrado cada vez mais desacordos sobre a linha de Governo – o que, num contexto de derrotas eleitorais, ajuda a enfraquecer os partidos tradicionais.

Com RFI

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