PUB

Sociedade

Cabo Verde vai prestar apoio a mãe que deixou bebé no lixo – Embaixada

A Embaixada de Cabo Verde em Portugal anunciou na sexta-feira que vai fazer diligências para “recolher mais informações” e prestar todo o apoio necessário à jovem que mãe que abandonou o recém-nascido na terça-feira num caixote do lixo em Lisboa e que ao que tudo indica é de origem cabo-verdiana, mas possui passaporte português

“Em face da notícia tornada pública dando conta de uma jovem cabo-verdiana de 22 anos que terá abandonado o seu filho recém-nascido num contentor de lixo, a Embaixada de Cabo Verde em Portugal comunica que está a fazer diligências no sentido de recolher mais e melhores informações sobre o caso e prestar todo o apoio que se mostrar necessário”, garante a embaixada, numa mensagem divulgada na sua rede social Facebook.

No documento, a embaixada explica que situações desta natureza estão associadas a “casos de profundo desespero, de grande perturbação ou de desequilíbrios emocionais muito fortes”, se deve apurar os motivos que levaram a tal situação.

“Nestas situações mostra-se sempre mais avisado compreender para ponderar as ações adequadas do que condenar à partida, no pressuposto de crueldade intencional”, aponta o comunicado considerando que as palavras do Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, foram “sensatas e de um profundo humanismo”.

Recorde-se que segundo o site Notícias de Coimbra, as autoridades portuguesas receberam pelas 17h30 de terça-feira o alerta para um recém-nascido encontrado num caixote do lixo na Avenida Infante D. Henrique, perto da estação fluvial, em Santa Apolónia, e junto a um estabelecimento de diversão noturna.

O recém-nascido foi encontrado por um sem-abrigo, ainda com vestígios do cordão umbilical, explicou na altura fonte da PSP, acrescentando que o bebé foi depois transportado ao Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, a inspirar alguns cuidados.

A mãe do bebé, detida na madrugada de quinta-feira em Lisboa, foi ouvida no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, tendo sido decretada a medida de coação de prisão preventiva.

A arguida, de 22 anos, está indiciada da prática de homicídio qualificado, na forma tentada.

Segundo a PJ, a mãe do recém-nascido agiu sozinha e nunca revelou a gravidez a ninguém, vivendo numa situação “muito precária na via pública”.

Em conferência de imprensa ao final da manhã de sexta-feira, Paulo Rebelo, chefe da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, explicou que a mulher não resistiu à detenção, efetuada na cidade de Lisboa.

O responsável acrescentou que a mulher estava consciente, sem perturbações mentais, não apresentando sinais de consumo de drogas.

Paulo Rebelo relatou que o parto “foi feito na via pública, nas imediações do local onde foi encontrada a criança”, e que a mulher não deu entrada em nenhum hospital, escusando-se a revelar se estaria a ser seguida em algum centro de saúde.

A jovem não tem antecedentes criminais, foi encontrada sozinha e “nunca declarou ou manifestou a gravidez” a ninguém, acrescentou.

A PJ conseguiu chegar à mãe do recém-nascido depois de ter realizado “inúmeras e incessantes diligências”, sem, no entanto, as explicar aos jornalistas, as quais permitiram “a localização, identificação e detenção” da jovem.

Sobre o pai do recém-nascido, Paulo Rebelo afirmou que o mesmo “não se encontra na cidade ou na região”, mas que esses factos serão ainda apurados.

Na quinta-feira, o responsável pela unidade de cuidados intensivos neonatais do Hospital Dona Estefânia disse que o recém-nascido “é um bebé saudável”, pelo que, em termos clínicos, poderia ter alta nas próximas 48 horas.

Daniel Virella explicou que a alta do bebé depende da decisão do Estado para o acolher, nomeadamente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, reforçando que “clinicamente não há nada que impede de ter alta”.

C/Notícias de Coimbra

PUB

PUB

PUB

To Top