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Cultura

Dino d´Santiago mais activista no EP Sotavento

Já toca um pouco por todas as rádios e plataformas digitais o novo trabalho de Dino d´Santiago – O EP Sotavento.
Em entrevista ao A NAÇÃO a partir de Portugal, onde reside, Dino d´Santiago explicou que o EP Sotavento simboliza o fechar de um ciclo – “Mundu Nôbu”.
“Foi um ciclo que me abriu muitas portas e que realmente tocou no objecto social que eu queria, pretendia e sonhei, e que era ouvir os jovens a gritarem por uma nação criola, por um mundo novo, onde vão para o estrangeiro, mas não se sentem estrangeiros e onde estão no estrangeiro, mas não são estrangeiros. Essa era a mensagem mais forte a passar”.
A mensagem passou, percorreu vários caminhos e extravazou as fronteiras da Lusofonia, com as suas músicas a passarem em várias rádios e casas de música do mundo. Em parte graças à roupagem electrónica dos ritmos tradicionais de Cabo Verde, mas também muito graças às mensagens “fortes”.
“Nôs crença também trazia um apelo à fuga da escravatura mental que a nossa sociedade é vítima e a mensagem tem passado de Norte a Sul do país, e fora de Portugal. Em Cabo Verde, muitas mensagens de Inglaterra, Alemanha e Suiça, Estados Unidos e Brasil. Então senti que a mensagem foi passando a pouco e pouco e os frutos foram enormes”.
Depois de muitos concertos, sobretudo na Europa, e prémios arrecadados, como os prémios Play, em Portugal, surge agora o EP Sotavento dedicado especialmente a dois ritmos que já existiam no Mundo Novo, o Batuco e Funaná.
“Neste EP fui ainda mais fundo naquela que era a fusão entre esses dois ritmos com o lado mais contemporâneo da música electrónica global”, explicou.
Dino d´Santiago mantém-se até mais activista nas letras.
“Espero mesmo que as pessoas o sintam e que a mensagem seja de pura edificação e que realmente nos possamos estar num Mundu Nôbu, trabalhar com um som contemporâneo, sem fugir às nossa raízes”.
Quem conhece bem a música das ilhas irá perceber que Dino d´Santiago foi beber um pouco à escola musical dos anos 80/90 dos famosos Livity, com o toque electrizante que bem caracterizou os ritmos das ilhas naquela altura e que ainda hoje faz com que seja praticamente impossível parar de dançar quando se ouvem aquelas músicas.
Neste EP iremos continuar a ser brindados com o estilo R&B moderno que tem sido a sua assinatura musical, mas com texturas afro-pop que se misturam “na perfeição” com a sua proposta de Funaná futurista e Batuku eletrónico, envolvidos em arranjos vocais que tanto vão beber ao gospel como à soul da escola Motown.
O EP foi gravado em Londres com a ajuda de um produtor de origem nigeriana, Nosa Apollo, apresentado por Kalaf Epalanga, com quem trabalhou no disco Mundu Nôbu.
Não será difícil antever que na forja estará certamente um EP dedicado a Barlavento, onde Dino d´Santiago esteve recentemente, em São Vicente. Os fãs das ilhas ficam à espera.
 

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