Dois médicos do Hospital Psiquiátrico Trindade foram transferidos
“repentinamente” para o Hospital Agostinho Neto, após denuncias de
que se estaria a queimar lixo tóxico e perigoso no hospital, colocando
em causa o meio ambiente e a saúde dos pacientes e funcionários.
A denuncia foi feita no domingo passado, 01 de Março, pelos
funcionários, entre eles os dois psiquiatras transferidos e que deixam
pacientes a meio do tratamento.
Estes acusam ainda a direção do Hospital Trindade de represálias.
O director da Trindade fala em mobilidade, mas, para o psiquiatra
João Vaz, um dos médicos visados, foi uma mobilidade “muito
repentina”.
”A partir do dia quatro tenho de me apresentar no hospital central,
onde passo a exercer as minhas funções. Eu tinha um paciente que
estava a vir da ilha do Fogo, já com todos os trâmites feitos junto do
INPS. Tinha também outros pacientes relevantes, mas, já mandei
avisar para que aguardem até que tudo esteja organizado” explica
João Vaz, citado pela TCV.
Os familiares dos pacientes estão preocupados e exigem uma
explicação da direcção do hospital.
Uma mãe de um paciente deste médico, cuja identidade foi
preservada pela televisão nacional, mostra-se insatisfeita com a
situação, já que, segundo conta, não teve conhecimento da
transferência do médico que atendia o filho.
“Eu precisava de um documento para levar para a escola do meu filho, fui
ao Hospital Trindade e fui informada que o médico não estava e que
talvez não voltaria. Acho que merecemos uma satisfação”,
considerou.
Abordado pela TCV, O director do hospital nega as acusações a alega
que foram os funcionários quem pediram para sair e que houve
mobilidade interna.
O mesmo garante ainda que os pacientes antes atendidos pelos
médicos que agora estão afectos ao Agostinho Neto “não vão ficar
sem o tratamento”.
