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Covid-19

São Vicente: Afluência aos mini-mercados diminui

Ao sétimo dia de vigor do Estado de Emergência, um dado salta à vista, a afluência de pessoas aos mini mercados da ilha de São Vicente diminuiu consideravelmente. Há quem aponte este facto, como consequência directa do diagnóstico do primeiro caso positivo de COVID-19 na ilha do Monte Cara.

Neste sábado dou início ao meu périplo, por volta do meio-dia, a partir de Ribeirinha em direcção ao centro da cidade. Tenho pressa, e a paciência não abunda quando o assunto é esperar pelo autocarro da
linha 2 da Transcor. Mas já lá vamos.

Estava eu a dizer, dou início ao meu périplo e a primeira paragem, faço-a à frente de um Mini-mercado logo ao lado da Igreja Universal do Reino de Deus. Publicidade à parte, este estabelecimento, em dias normais seria um dos mais procurados deste bairro periférico de São Vicente. Aqui seis pessoas aguardam pacientemente na fila, entretanto, nalguns casos, sem cumprimento da distância mínima.

 

Sigo viagem com curtas paragens à frente da Loja Bento de Ribeirinha e também no Pelourinho da mesma localidade. Tratando-se do primeiro fim-de-semana após o final do mês, esperar-se-ia que o movimento nesses espaços fosse maior. Na Loja Bento, constato apenas quatro viaturas (duas das quais motos), o que faz prever que lá mais para dentro poucas pessoas estariam a fazer compras.

 

No Pelourinho de Ribeirinha deparo-me com um cenário atípico. O espaço encontra-se encerrado, salvo apenas três das habituais presenças diárias desse mercado. Neste meio tempo, passa por mim uma viatura tipo Tuk-tuk, com um sistema de som anunciando cuidados de higiene a ter para prevenir o risco de contágio com o COVID-19.

 

Galgo pouco mais de 100 metros e alcanço Alto Sentina, onde acabo por passar a frente de mais um mini-mercado. E, pela cara do proprietário (Cok), sentado na caixa logo à entrada, as vendas não estão no ritmo
mais desejado.

Mais três minutos desta caminhada e alcanço a rotunda de Fonte Cônego. Do outro lado da rua avisto outras seis pessoas aguardando pela sua vez à porta de outro mini-mercado.

 

 

Nisto já se passaram quase 20 minutos desde que saí de casa e o itinerário me leva ao centro de Mindelo. Chama-me a atenção uma viatura da Polícia Nacional ao lado do M_EIA (Mindelo_Escola Internacional de Arte).

Aproximo-me vejo que um agente está no meio de uma abordagem à uma vendedeira  com o seu “balói”.
Educadamente peço autorização ao agente para fotografar a cena.

É meus caros, cada um tem os suas traumas e o meu foi ter ficado temporariamente sem o telemóvel, por fotografar uma acção da PJ sem autorização. Mas isto são contas de outro rosário.

Dizia eu, ao lado do M_EIA, o agente autoriza a fotografia e noto que este senhor tenta cumprir a sua missão, mesmo sabendo que impede uma mulher, talvez chefe de família, de conseguir o seu ganha-pão.

 

Fotografia feita, alcanço a rua de Lisboa, onde, de passagem pela porta da Farmácia Higiene consigo ler um aviso dando conta de que não há qualquer tipo de álcool ali (70%, 96% ou gel), ou sequer máscaras.

 

 

 

Mais ao lado, fico a saber que está de serviço a farmácia Nena, logo ao virar da esquina. Aqui uma enorme fila dá as cartas. Escusado será dizer ao que veio esse pessoal. Pelo andar da carruagem já estou, uma vez mais na Praça Dom Luís, e à porta da Loja Fragata, duas viaturas e meia dúzia de pessoas.

 

O tempo urge e a barriga já dá horas, decido regressar para casa. Entretanto não o faço, sem passar pela Praça Nova, onde a mente vem-me a sensação de estar a viver uma cena de um filme de terror, onde o vai-vém típico das cidades dá lugar ao retrato mais fantasmagórico.

Já no caminho de regresso à casa, vou a Praça Dr, Regala, que é por estes lados, nada mais nada menos que a Roma de todas as linhas de autocarro da Transcor. Aguardo uns cinco minutos e lá meto conversa com um dos revisores da empresa presentes. Pergunto-lhe quanto tempo mais teria que esperar pelo número 2. E ele num tom meio de gozo me responde: “Uabák, aoj ene dbo dia de sorte”.

Acontece que com o Estado de Emergência a empresa opera actualmente em apenas oito linhas, com um autocarro para cada uma. O número 2 tinha saído minutos antes de eu lá chegar. Entretanto avisto o autocarro da linha 1 que também vai dar a Ribeirinha e lá sigo viagem de regresso à casa.

Jason Fortes

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