Por: Alex Semedo
1- Normas sanitárias reforçadas.
Tripulantes, operadores e agentes, prestadores de serviços e passageiros terão de cumprir várias normas de protecção sanitária, nesta nova largada de ligações inter-ilhas.
A retoma é já nesta segunda-feira, 11, mas, como é lógico – e já era de se esperar! – só serão cobertas as ilhas sem casos activos do novo Coronavírus, designadamente, Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal, Maio, Fogo e Brava.
Nesta nova largada, aliás, “nova realidade” – como lhe chamou o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, durante o anúncio feito esta sexta-feira, 8, na Praia -, vai-se ser muito mais exigente no domínio da segurança sanitária, “para o bem da saúde das pessoas e da Economia do País”.
Correia e Silva avisa – alto e bom som, para quem quer ouvir e registar –, que estas “novas regras”, “vão perdurar no tempo”, permitindo “conviver com o vírus em condições de risco mais reduzido”.
Para Santiago e Boa Vista – com casos activos de COVID-19 -, a decisão só será tomada depois do Estado de Emergéncia – que finda a 14 de Maio – e avaliada a situação epidemiológica dessas duas ilhas.
Com a nova largada – muito esperada e reclamada pelos autarcas, operadores e armadores, agentes económicos, moradores e visitantes -, auguram-se dias melhores para a Economia dessas sete ilhas, que, sem sombra de dúvidas, ganha novo fôlego e pedalada.
Em prol do desenvolvimento harmonioso, sustentado e integral.
Referente aos Transportes Aéreos Inter-Ilhas e Internacionais, o Palácio da Várzea aguarda as directivas da ICAO – Organização Internacional da Aviação Civil, na sigla inglesa – e da IATA – Associação Internacional de Transportes Aéreos -, que serão anunciadas – espera-se! – antes do final de Maio.
Torcemos para que não demore.
2- Dúvidas.
Na lista das medidas sanitárias figuram, entre outras, o uso de máscaras faciais e a medição da temperatura dos passageiros.
Sendo pacífico o primeiro – uso de máscaras faciais -, já a toma da temperatura do corpo merece dúvidas. Se será feita por pessoal médico e…qual o destino a dar…
Como não é lá muito difícil assim, é oportuno, ajuízado e curial que a Comissão Nacional de Protecção de Dados entre em campo – melhor, suba a bordo! -, e diga da sua justiça.
Para a tranquilidade de todos e viagem tranquila dos que sulcam – ou pretendem sulcar! – as nossas águas…já a partir desta segunda-feira.
3- Situação.
Cabo Verde regista – até esta sexta-feira, 8 – 230 casos positivos, repartidos por Santiago – num total de 171 contaminados, distribuídos por 168, no Concelho da Praia, dois no Tarrafal, e um em São Domingos -, 56 na Boa Vista, e três em São Vicente.
Há registos de 44 recuperados, e duas mortes, nomeadamente, a de um turista inglês, de 62 anos – que estava em gozo de férias na Boa Vista -, e de uma nonagenária, no Município da Praia.
4- Solidariedade em acção.
Continuam, diariamente, a serem registados gestos práticos e louváveis de solidariedade e de partilha, tanto de nacionais como de parceiros e amigos deste Arquipélago plantado no Meio do Mar.
Nesta sexta-feira, foi a vez da Associação dos Comerciantes Chineses de Cabo Verde doarem ao Ministério da Saúde mais de 40 mil máscaras, importadas daquele País asiático, orçadas em mais de dois mil contos.
E anunciaram, na ocasião, que estão a caminho óculos de protecção e outros equipamentos e dispositivos de protecção individual para os agentes da Saúde.
Por seu turno – também nesta sexta-feira – a Ordem dos Médicos, na pessoa do seu bastonário Danielson Veiga, ofereceu mais de 350 viseiras ao Ministério da Saúde. Antes, já tinha distribuído dispositivos semelhantes á Região Sanitária de Santiago Norte – baseada em Santa Catarina -, e ás delegacias de Saúde da Praia e da Boa Vista.
Mas não se fica por aqui.
Fora de portas, a Comunidade cabo-verdiana na Diáspora – malgrado as suas mil e umas dificuldades! -, também tem marcado presença regular e quotidianamente…em todas as achadas, cutelos, ribeiras, fajãs e chãs deste nosso benquisto Arquipélago.
Aliás, prova mais que provada são as infindáveis filas de gente nas instituições financeiras, na tentativa de levantar os auxílios remetidos pelos emigrantes, com vista a serem compostos os “cabazes da saudade”, vulgo, cestas básicas. Para serem entregues aos menos afortunados.
Que agradecem e pedem a bênção do Altíssimo para os que partilham o pouco que têm com os deserdados da sorte. Muitos deles, desconhecidos de quem dá.
5- “Semana decisiva”.
Jorge Carlos Fonseca, Presidente da República, voltou ao “Facebook” para pedir aos cabo-verdianos “um pouco mais de sacrifícios”, nesta “semana decisiva” do Estado de Emergéncia vigente – ainda! – nas ilhas de Santiago e da Boa Vista – e que finda ás 24 horas de 14 de Maio.
“É uma semana decisiva para que se possa sair do Estado de Emergéncia, no dia 15”, conclama Fonseca, pedindo, enfaticamente, para que se aceite “um pouco mais de sacrifícios, de perda e de incómodos para salvarmos o País, para ganharmos vidas e, assim, levantarmos bem alto o nosso querido Cabo Verde”.
O repto Presidencial já está lançado.
E como diz a consigna do momento, “tudo está nas nossas mãos”, “na bu mó”, para vergarmos COVID-19.
É só respeitar as “directivas superiores e sanitárias” para o confinamento e…ficar em casa!
6- Aviso da OMS.
A OMS – Organização Mundial da Saúde – pede mudanças na sociedade até se encontrar a vacina para o novo Coronavírus.
“A saída deve ser feita com muita prudência e isto pode levar a grandes mudanças nas nossas vidas até conseguirmos uma vacina e um tratamento eficazes”, avisou, esta sexta-feira, o director-executivo da OMS, Mike Ryan.
No dia anterior, a OMS teria alertado para o risco de um novo confinamento, caso os países não estabeleçam regras claras e cautelosas para levantar restrições.
Que lembra, mais uma vez, que COVID-19 não finda – só! – com um passe de mágica.
Ou seja, só com medidas administrativas.
O que vale mesmo, é a atitude, postura, o comportamento-cidadão e as boas-práticas de todos e…de cada um de nós.
Pelo sacrossanto bem-comum e…morte de COVID-19.
