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Sociedade

Boa Vista sai…Santiago continua em Estado de Emergência 

 

 

Por: Alex Semedo 

1- Isolado.

Santiago – e os seus nove concelhos – continua em Estado de Emergência – o quarto período desde 29 de Março -, por mais 15 dias. Ou seja: até às 24 horas de  29 de Maio.

Boa Vista, após três semanas sem registar nenhum caso activo de COVID-19, junta-se às (restantes) sete ilhas – Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal, Maio, Fogo e Brava -, que já tinham deixado a “lista negra”.

O Presidente da República (PR) reiterou que o Estado de Emergência “só se justifica perante situações verdadeiramente excepcionais”, realçando que após consultas várias e ouvido o Governo, decidiu pela prorrogação (a terceira) na Ilha de Santiago, das zero horas de 15 de Maio às 24 horas do próximo dia 29.

Todavia, neste quarto período (só para Santiago!), foram “suavizadas” algumas restrições, permitindo, entre outras, a retoma gradual de algumas actividades, designadamente, as obras de construção civil, práticas agrícolas, o funcionamento de determinados serviços da Administração Pública e a prática de cultos religiosos, contanto que sejam salvaguardadas as medidas de segurança.

A decisão do PR sobe, agora, à Assembleia Nacional (Parlamento), para aprovação – ou não! -, seguindo-se a sua regulamentação, por Decreto Governamental.

O primeiro período do Estado de Emergência na História dos (quase) 45 anos de Cabo Verde independente, começou a 29 de Março passado.

 

2- A somar… 

Pela negativa, o Concelho da Praia continua a somar.

Nesta quarta-feira, 13, somou mais 19 novos casos de COVID-19, nas últimas 24 horas, totalizando-se, assim, 226 infectados.

A nível da Ilha de Santiago (num total de 230), afora os 226 do Município da Praia, contam-se dois no Tarrafal e igual número em São Domingos.

No País registam-se – nas  contas do Ministério da Saúde e Segurança Social (MSSS) – um total de 289 casos confirmados acumulados, repartidos por Santiago (230); Boa vista (56); e São Vicente (três).

Contabilizam-se 61 recuperados, distribuídos pelas ilhas da Boa Vista (47); Santiago (sendo nove na Praia; e um em São Domingos); e São Vicente (três).

Na lista dos contaminados figuram duas mortes: de um turista inglês, de 62 anos; e de uma nonagenária praiense.

Para nós, que somos pobres mortais e ultra-leigos na matéria, a situação já preocupa. Mas, a crer nos entendidos – ainda! -, não é alarmante.

Enquanto isso, à semelhança dos dias antecedentes, o MSSS reitera o seu apelo para que “as pessoas fiquem em casa e tomem os devidos cuidados para evitar a propagação” de COVID-19.

Para o bem de todos e…de cada um de nós.

 

3- Enfermeiros.

Honrando e fazendo jus à Tradição – e para não variar! –, os Enfermeiros, considerados unguentos dos que mais sofrem e precisam – de toda esta nossa Aldeia Global! –, estão e continuam estando na Linha da Frente, quando o assunto é cuidar dos outros sem olhar a si.

Neste 12 de Maio de 2020 – Dia Internacional da Enfermagem, também consagrado como Dia Mundial dos Enfermeiros -, por culpa da COVID-19, estão muito mais que presentes, mas, também, mais expostos às maleitas, mas sem fugir à triste realidade vivida, tanto nestas Ilhas espalhadas no Meio do Atlántico, como no Mundo todo.

Assim foi no antanho e…continuará sendo, de certeza, no porvir, sempre com foco no próximo e semelhante em primeira linha…sem olhar a quem.

Também pudera.

Foi por isto mesmo – e por outras razões mais que nobres! -, que a Patrona Florence Nightingale – carinhosa e familiarmente tratada por “Dama da Lámpada”! -, inglesa de nacionalidade e italiana – de Florença – de nascimento, em 1820…portanto, há 200 anos! -, deu corpo e alma à primeira Escola de Enfermagem Moderna, em 1860.

Porém, a data tal como é nos dias que correm, só veio a ser comemorada, pela primeira vez, em 1965, entrando em 1974, no Calendário Celebrativo, pela incessante, teimosa e justa persistência do Conselho Internacional dos Enfermeiros.

Esta Pandemia Global da COVID-19 veio evidenciar e pôr à prova – nem era preciso para tanto! – o indispensável e relevante papel dos Enfermeiros, que estando na Linha da Frente – à semelhança de outros servidores da Saúde! -, infelizmente, muitos já contraíram o novo Coronavírus…mas não se dobraram, nem dobram, insistindo em levar a “lâmpada da esperança” e unguento da cura a quem mais precisa.

Para que a data não passe, totalmente, despercebida, os brindes foram adiados, mas não esquecidos, cingindo-se às manifestações e renovação de promessas nas Redes Sociais.

Na esperança de que tempos melhores virão e de que todos os 365 dias – ou 366, consoante for o caso! – sejam dos Enfermeiros.

Valorizando sempre e em permanência o trabalho, espírito de missão, atitude e entrega desses briosos da “lâmpada”.

Sem olhar a quem…

 

4- Indumentárias imprescindíveis.

As primeiras máscaras comunitárias – também chamadas de sociais e/ou artesanais – já estão no mercado, desde as primeiras horas desta segunda-feira, 11 de Maio do Ano de Nossenhor Jesus Cristo.

São para todos os gostos, bolsos, bolsas, feitios e caprichos.

Apesar da existência de uma Lei de que determina as suas especificações técnicas, muitas delas, a olho nú, aparentam estar fora do padrão.

A Fiscalização é chamada a estar vigilante, pois, com a saúde do pobre-cristão – ou de qualquer outra crença e/ou sem ela! – não se deve brincar. Quanto mais não seja nestes dias – agoirentos! -, que correm.

Estando – ainda – no começo da chegada ao mercado, o director da EMPROFAC – Empresa de Produtos Farmacéuticos, Gil Évora -que, nestes tempos covídicos, detém o monopólio de distribuição das máscaras -, já veio tranquilizar os artesãos/produtores – de Brava a Santo Antão, passando por Santiago, onde está baseada a sua Instituição,  de que não haverá problemas no escoamento das tais máscaras.

Que devem ser de qualidade exigida pela Lei.

Évora não se esqueceu, também, dos consumidores.

A estes garante, em alto e bom som, que as tais indumentárias – doravante, peças imprescindíveis em todas os guarda-roupas, malas, maletas e malinhas, canastras e guarda-fatos -, serão vendidas a preço-justo.

Quem avisa, amigo é.

Pois, de contrário…

 

5- Lembrete.

É sempre bom ter presente que o melhor e santo remédio para COVID-19, é o coquetel, aliás, cabaz, formado por lavar as mãos com água e sabão – correcta e frequentemente e, sendo possível proceder à desinfecção com álcool em gel -, aliados ao distanciamento físico – mas, jamais social! -, confinamento, quarentena e isolamento.

O correcto uso das máscaras faciais – aliadas às viseiras, em algumas situações! -, assim como a aplicação da etiqueta respiratória são, também, conselhos dados pelos entendidos para “quebrar” COVID-19, o tal inimigo invisível, oportunista e mortal – muitas vezes! -, que campeia por esta nossa Aldeia Global, ceifando impiedosa e maldosamente a vida de inocentes.

Lembremos sempre, com tenéncia e consciência, que, por ora, a melhor vacina somos nós!

Com a nossa postura e comportamento.

 

6- Esperança.

A OMS – Organização Mundial da Saúde – anunciou, esta semana, que alguns tratamentos dão mostras de limitar a severidade ou tempo de COVID-19, pelo que “está focada em aprender mais sobre quatro ou cinco” situações promissoras.

“Temos alguns tratamentos que parecem estar a limitar a severidade ou o tempo da doença, mas ainda não temos nada que consiga matar ou parar o vírus”, anunciou a porta-voz da OMS, Margaret Harris, ressalvando, contudo, que “precisamos  de mais” dados “para estarmos cem por cento confiantes, de forma a que possamos escolher este tratamento em relação a outro”.

Ficamos no aguardo da “descoberta”…torcendo  para que a esperança vire realidade.

O quanto antes…

 

(Publicado no A NAÇÃO, nº 663, de 14 de Maio de 2020)

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