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Cultura

Praia: Artistas questionam porque é que não podem trabalhar, enquanto há campanhas eleitorais acontecer

Um grupo de artistas saiu ontem ao fim da tarde, à rua, na cidade da Praia, em adesão à manifestação convocada para o dia Nacional da Cultura, contra a paralisação do setor. Os artistas questionam o facto de haver muita coisa acontecer, incluindo as campanhas eleitorais, enquanto eles não podem trabalhar.

“Os músicos estão a passar por muitas dificuldades por causa desta pandemia e já esperamos muito, mas verificamos que não nos estão a dar nenhuma atenção e, por isso, decidimos fazer esta manifestação silenciosa”, explicou o porta-voz dos manifestantes Zé Rui de Pina, citado pela Inforpress.

Os profissionais das artes e espectáculo foram os primeiros a serem obrigados a parar e cancelar as suas actividades, desde Março, devido à covid-19 e são os últimos a retomar. Enquanto isso, os que vivem da música, também têm famílias a sustentar.

“Viemos à rua porque estamos a ver tudo a acontecer, nomeadamente campanhas [eleitorais] e lugares a serem reabertos, enquanto os artistas não podem trabalhar”, explica.

Zé Rui comparou, neste momento, a música cabo-verdiana a um “barco naufragado” que está a tornar “complicada” a vida  dos artistas. Esses profissionais só querem retomar as actividades. 

“Não estamos em conflito nem em guerra com ninguém. Só pretendemos dizer que queremos trabalhar”, disse.

Confrontado com as declarações do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, em que os espaços culturais  já podem funcionar com um limite máximo de 100 pessoas, Zé Rui de Pina afirmou que quando souberam desta decisão já tinham marcado a sua manifestação, porque ninguém lhes disse nada.

“Há dias, um amigo meu estava a tocar no  restaurante “Nice Kriola” e um agente policial subiu ao palco e tomou-lhe a viola”, lamentou.

Também o músico e produtor Quim Alves, que veio dos Estados Unidos da América, participou da manifestação, em representação da diáspora.

“Vim dar a cara para manifestar contra o que está a acontecer com a cultura em Cabo Verde, em que os meus colegas músicos não estão a ser valorizados”, lamentou.

A manifestação realizou-se na Praia, São Vicente, Sal e Boa Vista.

C/Inforpress

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