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Economia

Fibra óptica: Cabo EllaLink a funcionar em finais de Junho

O cabo de fibra óptica EllaLink deve estar operacional, para começar a funcionar, em finais de Junho. A garantia é do engenheiro Graciano Borges, da CVTelecom, dada hoje na Praia do Portinho, na capital, durante o processo de amarração do cabo, que interconecta Sines, em Portugal, à América Latina, passando, nesta primeira fase, pelo Funchal, na ilha da Madeira e Santiago.

Ainda não eram nove horas da manhã, quando tiveram início os trabalhos de preparação da amarração do cabo de fibra óptica EllaLink, na Praia do Portinho, na capital do país. Pouco mais de 60 técnicos envolvidos no projecto, incluindo de empresas cabo-verdianas como a TEI e a MTCV, além do staff do navio CS Ile de Sein.

O Sistema EllaLink é um cabo submarino de fibra óptica de última geração, projetado para atender à demanda de tráfego entre a Europa e a América Latina, com possibilidade de inclusão do tráfego da região da CEDEAO, a partir de Cabo Verde.

O projeto, orçado em 30 milhões de dólares, tem um financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI), no montante de 25 milhões de dólares, com o aval do Governo de Cabo Verde.

Segundo informações avançadas à imprensa no local, por Graciano Borges, engenheiro da CVTelecom, o Ellalink , tem as características “mais elevadas” em termos tecnológicos, “de tudo aquilo que existe”, em termos de telecomunicações submarinas.

Este cabo é constituído por quatro pares de fibra, cada uma com capacidade para 12 terabyte, e interconecta Sines em Portugal, à América Latina, passando, nesta primeira fase, pelo Funchal, na ilha da Madeira e a Praia do Portinho, em Santiago.

Após a primeira fase, o projecto abarcará ainda outros países na nossa sub-região, como Mauritânia, Marrocos (Casablanca), Ilhas Canárias (Tenerife) e mais dois pontos no Brasil e Guiana Francesa (América do Sul).

Mais ágil

O Ellalink é um cabo mais moderno e ágil, que vai trazer mais eficiência à conectividade.

“Este cabo, para além da diversidade em termos físicos, de rota, não utilizou aquilo que em termos tradicionais é a rota da indústria submarina no Atlântico, tem uma particularidade que é a latência, ou seja, com este projecto conseguimos reduzir em quase 50% a latência, o que traduz-se na agilidade do cabo”.

A sua capacidade inicial é de 30 terabytes e a CVTelecom, nesta primeira fase, terá uma capacidade de 400 gigabytes para Europa e 200 para o Brasil. “Sendo certo que essas capacidades, com o desenvolvimento, e com a demanda do mercado, poderá atingir 12 terabytes de capacidade de trafego”, garantiu Borges.

Com este cabo, a empresa acredita que está a dar um importante passo na “promoção” do desenvolvimento económico, bem como do desenvolvimento tecnológico do país. “Com este cabo, após a sua entrada em serviço, estaremos em condições de poder permitir, por exemplo, jogos interativos intercontinentais”.

Mais segurança

O propósito deste projecto, passa por garantir, também, maior segurança às telecomunicações no país.

“Nós temos outros cabos submarinos no país, onde o mais actual é o WACS, que amarrou na Praia de Quebra Canela, entretanto, o cabo mais antigo, o Atlantis 2 está em fase de reforma e a partir de Dezembro deste ano, será desactivado, e, então, nós teríamos como uma necessidade imperiosa garantir a segurança a dualidade em termos de circuitos para o exterior”.

O cabo foi amarrado numa câmara própria na Praia do Portinho, para depois seguir para a Estação Terminal, situada no parque tecnológico. “todo o trajecto já foi construído e o cabo, daqui até à estação terminal já está lançado”, garantiu o engenheiro da CVTelecon.

A empresa está a construir, neste momento, a Estação Terminal dos Cabos Submarinos, sendo que, no futuro, pretende instalar outros sistemas submarinos nesta praia e na própria estação.

Activado em finais de Junho

A conclusão da Estação e a activação do serviço deste cabo EllaLink deve acontecer em finais de Junho. “Se tudo correr bem, e queremos crer que sim, porque estamos a fazer tudo para que isso aconteça, em finais de Junho, deveremos estar anunciar a activação e a entrada desse sistema em serviço”.

O WACS é o único cabo neste momento disponível para a capacidade de demanda a nível nacional, imagine se acontecer alguma coisa no WACS, o país todo para, a economia para.

Este segundo cabo EllaLink vai funcionar como garantia e backup do WACS, actualmente em funcionamento.

Vender serviços

Outra das vantagens do Ellalink é que este cabo representa uma oportunidade “única” de Cabo Verde poder “vender capacidade, e trazer todo o trafego desta região africana, ou encaminhá-lo para a Europa ou América Latina”.

“Nós já temos, neste momento, pré-venda. Há países da nossa sub-região que estão a depender de um único fornecedor deste tipo de serviço e nós já vendemos, por exemplo, capacidade para o Senegal, onde há uma empresa equivalente ao NOSi, que já nos comprou capacidade daqui para a Europa. A nossa intenção é não nos limitarmos apenas ao Senegal, mas a toda região Oeste Africana, que poderá, mesmo não tendo fronteira marítima, associar-se ao Senegal e vir aqui a Cabo Verde e, a partir de aí, chegar à Europa”, elucida.

Neste momento, a CVTelecom já tem um segundo contrato feito com essa empresa senegalesa e no final do 2º semestre estará a lançar um segundo cabo que virá de Dakar até à praia do Portinho.

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