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Covid-19

São Vicente: Operadores insatisfeitos com nova Calamidade – “Injusta e inadequada”

A prorrogação da situação de calamidade na ilha de São Vicente, que até esta sexta-feira, 19, mantinha 51 casos activos, não agradou a alguns operadores económicos, sobretudo do ramo da restauração e comércio. Segundo dizem, a actual situação epidemiológica na ilha não justifica a manutenção da calamidade.

“A declaração de estado de calamidade exclusiva para São Vicente com os números actuais da pandemia no país, para nós, é inadequada, injusta e profundamente arbitrária”, posicionou o empresário Alexandra “Xazé” Novais.

Para Xazé, seja enquanto operadores ou enquanto cidadãos, os sanvicentinos têm o direito e o dever de se oporem a “tamanha discriminação, proibida, inclusive, pela Constituição da República”.

“Após o anterior estado de calamidade, com trinta longos e penosos dias para o nosso sector, justamente aquele que mais sofre com esta situação, vimos São Vicente passar de 300 para 30 casos activos e baixar a sua taxa de prevalência para níveis muito inferiores a Santiago e quase metade da taxa da Cidade da Praia, de onde todos os dias nos chegam relatos de uma dinâmica económica, inclusive nocturna”, considerou.

Providência cautelar

Indignado, o proprietário do Prassa 3 chegou a propor, na sua página do Facebook, que se encontrasse um meio de entrar na justiça com uma “espécie de providência cautelar” a solicitar a anulação do decreto.

“Gostaria de ver todos os meus colegas do sector horeca a fechar as suas portas e mandar todo o pessoal para casa”, indaga, sublinhando é que o problema não está somente nos horários de funcionamento.

“As próprias pessoas ficam, e com razão, inibidas de sair de casa. E nós, operadores, constrangidos por estarmos a tentar sobreviver a meio de uma declarada calamidade”, explicou.

Desnecessária

Antes de ser decretada a situação de calamidade, há cerca de um mês, diz o proprietário do restaurante O Cocktail, Adilson Almeida, as empresas já estavam a funcionar um pouco melhor a se reerguer dos longos meses de confinamento.

Se na altura foi uma medida necessária, a olhar para o então estado epidemiológico da São Vicente, o empresário não vê necessidade em manter a medida agora, quando a ilha se recupera bem dos níveis de contágio.

“Isso não quer dizer que não devemos manter os níveis de rigorosidade, mas não vejo a necessidade da prorrogação do estado de calamidade”, esclarece.

Horário de funcionamento não é o pior

Para quem trabalha com restauração, o horário actual não é visto como o maior problema, já que a maioria encerra neste mesmo período.

“Estamos a fechar às 23h00 e neste horário já quase não há movimento. O pior é que as pessoas ficam com medo de sair”, diz.

O mesmo posicionamento é partilhado por Didier Tedesco, proprietário da esplanada La Pergola.

“Em termos de horário não faz diferença porque nos fechamos muito antes do previsto. Mas afecta na movimentação de clientes, pois não saem de casa e consequentemente não consomem, o que acaba por se reverter na perda de rendimento, até mesmo para os funcionários, que apesar de receberem o salário normal, perdem outras regalias, como gorjetas e prémios”, explica.

Quanto à exclusividade de calamidade em São Vicente, Didier vê a medida com naturalidade, tendo em conta a população da ilha comparativamente à Cidade da Praia.

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