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Cultura

Adé Costa declara o seu amor pelo batuco

No dia em que se comemora, pela primeira vez, o Dia Nacional do Batuco, o artista maiense Adé Costa, que adotou há bem pouco tempo este género musical, fala do seu amor pelo batuco e dos caminhos para a sua maior “valorização”. O mesmo garante passar o dia “conectado” com Nha Nácia Gomi.

 Para mim, o Dia Nacional do Batuque representa o reconhecimento dessa riqueza cultural que é tão importante para a nossa terra. Como cabo-verdiano, compreendo o peso que esse estilo carrega: significa identidade, pertencimento, reconhecimento, vivências, cotidiano, história de um país”, disse o artista em entrevista ao A NAÇÃO online.

Para este artista, natural do Maio, que reside em Barcelona, o batuque deixa de ser apenas mais um gênero para se tornar expressão –“sequer realmente precisa de uma explicação, basta ser vivido intensamente”, explicou, acrescentando que o batuco “nos conecta com os nossos antepassados e reacende toda a nossa ancestralidade”.

 Para além de um bom passo dado com a oficialização do Dia Nacional do Batuco, Adé acredita que estamos ainda no começo do caminho para a sua valorização.

“Ainda estamos no começo do caminho, nas primeiras pegadas no quesito valorização do batuque. Musicalmente falando, ele é um estilo riquíssimo, com muitas nuances e características profundas. Historicamente, o batuque representa luta, resistência e coragem. Culturalmente, ele é realmente impactante. Então, creio que para ter o reconhecimento que essa manifestação realmente merece”, explicou o nosso entrevistado.

Para mais reconhecimentos, este artista recomenda a introdução da história do batuque e toda a sua expressão na base escolar.

“As crianças e adolescentes precisam se identificar com essa tradição para que ela não acabe se perdendo em um ambiente cada vez mais globalizado, com culturas do mundo sendo sobrepostas às locais”, sublinhou.

Para este artista, que diz ter na alma e no coração o batuco, este género, assim como outras manifestações da cultura cabo-verdiana, necessitam de um resgate profundo para que não sejam esquecidas com o passar das gerações.

“Nós precisamos dar continuidade ao que os nossos antepassados construíram, desde Nha Nácia Gomi até o inesquecível Pantera”, frisou.

Para assinalar o dia, Adé Costa que lançou há bem pouco tempo o single “Fazê Gat”, um batuco que contou com a participação da cantora Jenifer Solidade, diz que “não existe coisa melhor do que celebrar o batuque ouvindo um bom batuque”.

Assim, hoje, diz que vai estar conectado com a “grande e inesquecível” Nha Nácia Gomi e o que há de melhor nessa manifestação.

“Estou seguro que o batuque ‘salvou’ a vida de muitas pessoas que foram historicamente humilhadas, repreendidas e discriminadas. Ele foi a saída que muitos encontraram para manter a alegria e o gosto de viver”, conta, realçando que “é muito importante ter um dia em homenagem ao batuque, mas a realidade é que ele deve ser exaltado, valorizado e vivenciado durante todos os dias, porque ele é, na minha opinião, um ponto insubstituível na alma criola”.

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