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Economia

Empresa de cibersegurança abre escritório na Praia e recruta técnicos locais

A empresa de cibersegurança VisionWare está a reforçar a sua presença no mercado cabo-verdiano. Ainda neste mês de Abril vai abrir um escritório na cidade da Praia e até Junho pretende ampliar a presença no Mindelo, com a mudança de escritório, para um espaço maior, para dar resposta à demanda. Para o efeito irá contratar cerca de 20 colaboradores locais,  prevendo atingir assim os 30 técnicos, no total, no país. 

Presente desde 2007 em Cabo Verde, servindo também como “grande pólo e porta de entrada para o mercado PALOP”, a VisonWare está agora a ampliar a sua presença no país, com a expansão no Mindelo e a criação de um escritório na capital. 

Em entrevista ao A NAÇÃO online, Bruno Castro, CEO da empresa, avançou que este reforço da presença no país prevê  “o recrutamento de mais 20 elementos, perfazendo um número total próximo dos 30 colaboradores”. 

A curto prazo, Bruno Castro garante que o foco será a “consolidação deste escritório do Mindelo e a sua expansão, tal como a contínua formação dos nossos colaboradores locais”. Para tal, diz, “será igualmente vital contar com as sinergias e parcerias estratégicas que temos, por exemplo, onde destaco o próprio NOSi que nos tem apoiado imenso neste processo de crescimento, recrutamento e solidificação da nossa operação em Cabo Verde”. 

Neste sentido, fala também na “aproximação” às universidades em Cabo Verde, “com foco na elevada empregabilidade e oportunidades de uma carreira de futuro no mundo das tecnologias e da cibersegurança”. 

Inclusive, a empresa está a desenvolver parcerias com instituições de ensino superior nacionais que têm cursos nas áreas da engenharia informática, redes e cibersegurança, precisamente, “com vista a estabelecer diversos protocolos de parceria, de forma regular e contínua, para uma crescente aposta e investimento de futuro da VisionWare nos melhores alunos/talentos cabo verdianos no IT”.

Oportunidade de carreira

Actualmente, com clientes na Administração Central, Administração Pública, Farmacêutico, Banca & Seguros, Fuel & Gas, Autoridade, entre outros, esta expansão é fruto também de um percurso de mais de uma década. 

“Este investimento, após mais de 15 anos de presença em Cabo Verde, reflete o compromisso da VisionWare no desenvolvimento sustentado e contínuo em projectos de cibersegurança em Cabo Verde e também a nossa aposta e investimento consistente neste país, agora também espelhado nos seus recursos humanos – agregando o factor da empregabilidade e oportunidade de carreira dos jovens talentos cabo-verdianos no mundo das tecnologias – aliado a esta actual decisão de expansão dos nossos escritórios no Mindelo e Praia”, explicou. 

Segundo essa fonte, este ano, e numa tendência de crescimento acentuado, a VisionWare abriu (sem restrições) o seu serviço de Security Operation Center (SOC) ao mercado internacional. 

“Este serviço tem como objetivo implementar uma “guarda inteligente”, com total abrangência, em modelo permanente (24 horas por 7 dias) à totalidade da infraestrutura tecnológica e aplicacional dos nossos clientes. Temos tido a inclusão de imensos clientes no nosso SOC, inclusive organizações de Cabo Verde”. 

Isto diz, é uma “necessidade imediata” para quem pretende se prevenir contra ciberataques violentos”

Assim sendo, um dos objetivos dos processos de recrutamentos na Praia e Mindelo será o reforço da “nossa primeira linha do Security Operations Center da VisionWare com recursos cabo-verdianos”. 

Estes dois pólos, a par de Porto e Lisboa, irão, segundo Bruno Castro, “suportar a nossa capacidade de monitorização, deteção e resposta a ataques dos nossos clientes por todas as geografias onde a VisionWare tem operação”. 

Adicionalmente, diz, após a conclusão do processo de recrutamento, estes dois pólos de operação, também irão deter elementos das outras unidades internas da VisionWare, como de compliance, cybersecurity e desenvolvimento em I&D.

Ciber ataques

A demanda do mercado, justifica-se, especialmente se tivermos em conta, cada vez mais, incidentes informáticos de larga escala e impacto a nível mundial, sentidos mais recentemente através dos efeitos da Guerra na Ucrânia, e não só. 

“Assistimos a uma número exponencial de solicitações por parte das empresas, quer públicas, quer privadas, com a efectiva intenção de protegerem e acima de tudo, prevenirem-se de eventuais ataques indesejados, perdas de actividade e fragilidades graves que podem ser infligidas às suas infraestruturas e sistemas informáticos. Cabo Verde tem acompanhado este ciclo de demanda, embora ainda em menor escala relativamente à maioria dos países europeus”. 

Ataques esses, aos quais Cabo Verde, opina, não está imune, 

“Apesar de existirem várias organizações cabo-verdianas que se têm vindo a preparar para o tema, continuam ainda a persistir uma percentagem significativa de entidades – públicas e privadas – as quais ainda não endereçaram os desafios e exigências da segurança com a importância que esta merece. Este facto, ocorrendo na dimensão dos ciberataques que estão a acontecer atualmente em Portugal, e numa analogia direta, poderá vir a ser relevante inclusive para a estabilidade nacional”. 

Nesse contexto, diz acreditar que é “importante perceber que a Internet não tem o conceito de geografias” e que tendo em conta que “Cabo Verde não se enquadra num país em contexto de guerra, diria que persistem o mesmo tipo de ameaças de cibersegurança que existem numa nação estável e democrática”. 

Perante esse quadro acima descrito, no caso de Cabo Verde, o CEO da VisonWare, destaca que, “provavelmente”, a “rede de Estado pela sua dinâmica e inovação constante, e o setor financeiro, por interesse óbvio, poderão estar mais expostos a ciberataques por parte da comunidade criminosa”. 

Daí, finaliza, a “demanda de apostar em segurança”.

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