A Secretária Geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, disse, nesta sexta-feira,22, que só nos últimos 10 anos, os trabalhadores cabo-verdianos já perderam cerca de 11% do seu poder de compra. Por isso, apela ao aumento salarial.
Assim, propõe ao Governo um orçamento retificativo para um aumento salarial de 5 por cento (%), ou, pelo menos, 2,5%, para repor o poder de compra.
Joaquina Almeida que falava à RCV descreve como “muito difícil” a situação laboral no país, considerando os efeitos da pandemia e escalada de preços com a guerra na Ucrânia.
“Desde 2011, houve, em dois anos, deflação mas houve sempre a inflação. Mas, realmente, a UNTCCS quer um valor de 5 %. Mas se o Governo der 2,5%, também ficaríamos satisfeitos”, avançou lamentando o facto de que “o ministro das Finanças já disse que não vai haver qualquer aumento salarial na função pública”.
Joaquina Almeida diz que diante esta situação, “compete aos trabalhadores darem os sinais do que é que querem fazer, porque qualquer forma de luta tem que partir deles”.
Apesar da decisão do Governo, que descarta qualquer aumento salarial para a função pública, a Secretária Geral da UNTCCS diz que vai enviar uma resolução saída do último congresso e afirma que não faz sentido o Governo alardear o aumento do PIB, para este ano, entre 3,5 e 6%, se os salários continuam congelados.
Recorde-se que, recentemente, o economista Agnelo Sanches já tinha defendido em entrevista ao A NAÇÃO um reajuste salarial precisamente para se poder repor o poder de compra especialmente da população mais vulnerável.
C/RCV
