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Economia

Taxa de câmbio desfavorável levou ao aumento dos preços da gasolina e do gasóleo acima dos 5%

Carlos Ramos, responsável para o sector de energia da Agência Multissectorial de Economia (ARME), explicou hoje que o aumento acima dos 5% previstos inicialmente nos preços de gasolina e gasóleo foi devido à taxa de câmbio desfavorável.

Em conferência de imprensa esta manhã, na Praia, a Comissão de Acompanhamento da Crise Energética Mundial, integrada também pelo director Nacional de Energia, um jurista e representante do Ministério das Finanças, Carlos Ramos disse, no entanto, que a média dos aumentos dos preços dos preços de todos os combustíveis no mês de Maio foi de cerca de 5%, incluindo o gás butano, que manteve o preço de Abril.

Sem mecanismo de compensação adoptada pelo Governo para mitigar os efeitos dos preços a nível internacional, o aumento médio dos preços seria de 16,1%, explicou, isto apesar da redução do preço do petróleo a nível internacional.

Carlos Ramos esclareceu que o aumento, sobretudo a nível da gasolina e do gasóleo, se deveu à “evolução desfavorável” da taxa de câmbio do dólar face ao escudo cabo-verdiano, e fez uma analogia à situação registada em 2008 para mostrar esse impacto a nível dos preços dos combustíveis a nível do mercado interno.

“Em 2008 apesar do petróleo ter estado ao mesmo nível do preço, que está neste momento, o câmbio era muito mais favorável. Na altura um dólar estava avaliado em cerca de 70 escudos e neste momento temos um dólar a valer cerca de 104 escudos”, explicou.

Impacto

“O preço de gasóleo, por exemplo, no mercado internacional está acima de 1000 dólares por tonelada, ou seja, em 2008 essa tonelada valia cerca de 70 contos e neste momento vale cerca de 104 contos, uma diferença de 34 contos, o que de facto impacta de que maneira o preço do mercado interno”, sustentou.

Carlos Ramos confirmou também que os mecanismos de fixação dos preços máximos dos combustíveis estão suspensos até junho, conforme a resolução do Governo, que deixa abertura para avaliação da situação mês a mês, e garantiu que essa suspensão tem tido efeitos a nível do agravamento do preço.

“No mês de Março, o preço de gasóleo com o mecanismo foi de 128.10, mas para Abril seria de 161.70 e para o mês de Maio o preço seria de 167.50 escudos, um aumento de 33,60 relativamente a Março”, disse, explicando que, entretanto, o preço ficou pelos 146,10 escudos, na última actualização.

“A diferença entre Abril e Maio foi de cerca de 21,5%, sem a suspensão do mecanismo. Com a suspensão do mecanismo e a resolução o aumento médio do preço foi de 2,5%. No mês de Maio o aumento médio real seria de 16,1%. E o aumento foi de cerca 5%”, elucidou.

Entretanto, explicou que a gasolina foi o único produto que manteve o preço real do mercado, ou seja, mesmo sem o mecanismo de compensação poderia manter o mesmo preço fixado para Maio, a contar com a evolução desfavorável do câmbio.

Sectores mais sensíveis 

Por seu turno, o director Nacional de Energia, Rito Évora, indicou, por seu lado, que o mecanismo de compensação, em que parte dos custos dos aumentos é suportada pelo Tesouro, para evitar que todo aumento seja repassado ao consumidor, abrange mais a parte social.

“Priorizou-se os sectores mais sensíveis que ficam mais protegido como é caso do gás butano, que tem implicação a nível das famílias, mas há outros sectores em que temos que deixar esse equilíbrio como é caso de gasolina em que incidência da proteção é menos”, disse, pedindo “uma certa contenção” aos cabo-verdianos na utilização dos produtos petrolíferos.

De acordo com a nova tabela de preços, o gasóleo normal passou desde 01 de Maio a ser vendido por 146,10 escudos, a gasolina passa a 181,60 escudos o petróleo a 128,40 escudos, o gasóleo para electricidade a 115,00 escudos, o gasóleo marinha a 110,20 escudos, o fuel 380 a 102,60 escudos/quilograma e o fuel 180, a 107,50 escudos/quilograma.

O gás butano continua a ser vendido a granel por 177,10 escudos o quilograma, sendo que as garrafas de 3 quilogramas custam 505,00 escudos, as de 6 quilogramas, a 1,062 escudos, as de 12,5 quilogramas, a 2,213 escudos, e as de 55 quilogramas, 9,739 escudos.

C/Inforpress

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