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Sociedade

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa: AJOC homenageia jornalistas veteranos no activo 

 

Cerca de 50 jornalistas e profissionais da comunicação social de órgãos públicos e privados de Cabo Verde, com mais de 30 anos de carreira, ainda no activo, foram distinguidos pela AJOC ontem à noite, pelo contributo que têm dado na consolidação da comunicação social nacional, durante a I Edição da Gala da Liberdade de Imprensa. 

A iniciativa foi o culminar das actividades alusivas ao Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, celebrado a 03 de Maio.

Apesar do dia ter ficado marcado pela queda de 9 lugares de Cabo Verde, no ranking da liberdade de imprensa do Repórteres Sem Fronteiras, o dia foi celebrado com ânimo entre os profissionais de Comunicação Social

No seu discurso no início da Gala, Geremias Furtado, presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) garantiu que a mesma está firme na defesa dos direitos laborais dos jornalistas e na luta pela liberdade de imprensa, enquanto um dos pilares fundamentais da democracia.

“Estamos a deparar com situações que colocam em perigo a liberdade de imprensa, o exercício do jornalismo e vivemos numa era difícil, além das crises, também numa era digital em que todo o mundo tem acesso às informações e fica mais fácil a propagação das chamadas fake news e tudo isto traz à tona o verdadeiro papel dos jornalistas dessa sociedade e nos dias atuais”, salientou.

Reconhecimento

Entretanto, afirmou que é hora de reconhecer o trabalho que, especialmente os veteranos têm tido em prol da comunicação social cabo-verdiana

“Hoje serão homenageados cerca de 50 profissionais de comunicação social com mais de 30 anos de serviço, incluindo profissionais de câmara e condutores, que desde sempre deram o seu contributo. São pessoas que trabalharam num ambiente mais difícil, com mais dificuldades numa era em que a nossa jovem democracia não era assim tão consolidada e com longo percurso pela frente”, avançou.

Para Geremias Furtado, o  “grande desafio” da AJOC  para os próximos tempos é unir a classe e garantir que a liberdade de imprensa em Cabo Verde seja plena.

Honra e responsabilidade

Já o representante dos homenageados, o jornalista Simão Rodrigues, destacou que homenagem  simboliza um acto de reconhecimento destas três décadas de “muito trabalho, muita luta e adversidades”, para dar o contributo ao jornalismo cabo-verdiano.

“Não foram momentos fáceis até chegarmos ao dia de hoje. Portanto, hoje recebemos esta distinção com muita honra e responsabilidade”, disse, ao mesmo tempo que aconselha a nova geração a continuar a trabalhar com seriedade, dinâmica e que tenha o código deontológico como bíblia, explicando que só assim é que os jornalistas continuarão a fazer o seu papel enquanto órgão de informação.

Quanto à queda do ranking da liberdade de imprensa em Cabo Verde de 27ª para 36ª posição lamentou este facto, que classifica de “muito grave”, apesar de avançar que já se esperava algo do tipo, lembrando que o ano começou com a constituição de jornalistas arguidos pelo Ministério Público.

Momento difícil – PR

Também o Presidente da República, José Maria Neves, no seu discurso,  reconheceu o “momento difícil” que os jornalistas homenageados atravessaram ao longo das  três décadas, realçando que trabalharam, muitos deles, em condições extremamente precárias para que o país tivesse hoje uma imprensa que “orgulha a todos”, e que contribua para a vitalidade da democracia cabo-verdiana.

“É claro que vivemos tempos complexos, está a emergir uma nova ordem mundial, estamos a viver períodos de transição e não podemos continuar a fazer as mesmas coisas da mesma forma. A comunicação social tem um papel extraordinariamente importante, descemos no ranking  da liberdade  de imprensa eventualmente porque não andamos no passo e no ritmo que poderíamos andar para fazer as reformas necessárias”, disse.

Esta Gala de homenagens tinha também um caráter beneficente, cujas receitas da bilheteira revertem para o jornalista cabo-verdiano Waldir Alves, residente nos EUA, que passa por situações difíceis em termos de saúde. Durante a noite foi ainda prestada homenagem a António Pedro Rocha, um “homem grande” da rádio, que faleceu recentemente na Alemanha, onde se destacou na Voz da Alemanha.

C/Inforpress

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