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Sociedade

47 anos independência: Dom Ildo Fortes alerta para perda de valores e apela ao debate e reflexão

O bispo da Diocese do Mindelo, Dom Ildo Fortes, considera que a perda de valores de educação cívica, espirituais e, até mesmo ambientais, é um dos retrocessos registados nos 47 anos de Cabo Verde independente.

“Há muitos ganhos e há perdas, e há valores grandes que se perderam na nossa terra”, sublinhou, Dom Ildo Fortes, em declarações à Inforpress, acrescentando que “ainda há um grande caminho a percorrer”, porque nestes 47 anos de independência Cabo Verde poderia ter avançado “muito mais”.

Por isso mesmo, Dom Ildo Fortes defende que o país deve encontrar agora um tempo para debate e reflexão e determinar os próximos passos.

De entre as perdas registadas, o bispo da Diocese do Mindelo aponta a “tentativa de retirar” das escolas, dos hospitais e das Forças Armadas as aulas de religião e moral e a figura da igreja, o que criou “grandes problemas”.

Dom Ildo Fortes reitera que “perdeu-se muito” porquanto, neste momento,  a sociedade cabo-verdiana não respeita idosos, crianças e mulheres e tem “confundido liberdade com libertinagem”.

Tempo para debate e reflexão

O bispo da Diocese do Mindelo alerta que “é fundamental hoje parar para pensar”, uma vez que, conforme notou, há um “deficit enorme” de reflexão no país.

“Não é compaginável a reflexão com o nível de dispersão que nós vivemos. Se os municípios, as associações, as igrejas não criarem espaços para reflectirmos, debatermos e pensarmos o destino do nosso país, não funciona”, advertiu Dom Ildo Fortes, que, neste particular, recordou o “grande contributo” que a Igreja Católica deu e continua a dar em todo o processo de construção de Cabo Verde

Avanços nas infra-estruturas de transportes rodoviários

Dom Ildo Fortes destaca os avanços registados por Cabo Verde a nível das infra-estruturas de transportes rodoviários, que nos anos 70 provocou-lhe um “grande choque” com a realidade açoriana, onde tudo isso estava num “outro nível, muito bem organizado”.

“Era gritante a situação que se vivia em Cabo Verde há 47 anos, que reclamava, de facto, a independência. Não tinha noção disso por ser criança, mas comparando com outras colónias, como da metrópole, digamos que Cabo Verde esteve um pouco no esquecimento”, considerou Dom Ildo, admitindo que o país teve depois “imenso trabalho” a desencravar as comunidades com a construção de vias.

A Independência e Cabo Verde  foi proclamada, a 05 de Julho de 1975, no Estádio da Várzea, na Cidade da Praia, pelo então presidente da Assembleia Nacional Popular, Abílio Duarte, hoje falecido. A efeméride é considerada pelos cabo-verdianos com sendo a data maior e um marco importante e histórico para o arquipélago.

C/Inforpresss

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