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Política

São Domingos: MpD rebate presidente e aponta falta de visão de estratégia

A bancada do Movimento para a Democracia (MpD) na Assembleia Municipal de São Domingos reagiu, esta quarta-feira, 20, às declarações do presidente da câmara sobre as “dívidas herdadas” da anterior equipa, afirmando que o objectivo é desculpar-se da sua incapacidade de gestão.

Esta reacção foi feita pelo líder da bancada municipal do Movimento para a Democracia (MpD) de São Domingos, Admilson Moniz, em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, na sequência das declarações de Isaías Varela, que apontou “avultadas dívidas herdadas” da anterior equipa como limitação no exercício camarário.

Este responsável questionou qual o verdadeiro motivo da conferência de imprensa dada pelo presidente da Câmara Municipal de São Domingos, volvidos dois anos da sua tomada de posse, e após a aprovação de dois orçamentos.

Segundo Moniz, a cobrança e a pressão dos munícipes têm sido constantes e cada vez mais intensas, provocando o “desespero e a desorientação” da actual equipa camarária.

“Falta de visão”

Admilson Moniz acusou Isaías Varela de “falta de visão e de estratégia” para dar respostas aos desafios do concelho, uma vez que, afirmou, a actual equipa está há dois anos a fazer gestão corrente, e que a prometida “nova esperança” transformou-se “cedo demais” numa “autêntica decepção” para os munícipes.

Lembrou, por outro lado, que o Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV),  enquanto oposição, durante largos anos, criticou o excesso do pessoal na câmara, “fez disso o seu cavalo de batalha e arma de arremesso político”, mas que logo que assumiu o poder fez exactamente o contrário daquilo que defendia.

Assessorias

“É demasiado grave a Câmara Municipal de São Domingos, com os problemas financeiros que o senhor presidente diz ter, contratar duas assessorias jurídicas, no valor de 240 mil escudos por mês. O mais grave é o facto de um dos assessores jurídicos estar destacado, exclusivamente, para a função de controlar os combustíveis, para no final do mês receber 120 contos”, denunciou.

Para esta bancada, a conferência de imprensa dada pelo autarca é “de todo incompreensível e descabida”, duas semanas após contrair junto da Bolsa de Valores uma dívida de 160 mil contos. Questiona, por isso, como é que uma câmara com uma dívida de 260 mil contos e em falência financeira, recorre a um empréstimo obrigacionista.

“Incapacidade de gestão”

“Com relação às dívidas herdadas, o senhor presidente Isaias Varela, mais uma vez, mentiu descaradamente, com o único objetivo de desculpar-se da sua incapacidade de gestão, sabendo que todas as obras concluídas pela equipa anterior foram integralmente pagas”, afirmou.

Conforme Admilson Varela, as tais dívidas herdadas são da câmara municipal e não de equipas camarárias, para quem “é estranho” o presidente da câmara não ter falado no valor encontrado nos cofres quando tomou posse.

O líder da bancada municipal do MpD explicou, ainda, que os pagamentos pendentes dizem respeito às obras não concluídas a seu devido tempo, e que, com início no mandato da nova equipa camarária, todo montante em dívida foi transferido para o pagamento aos fornecedores/prestadores de serviço à edilidade.

Quanto às dívidas para com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), acusou a actual equipa camarária de ter encontrado um plano de pagamento acordado, mas que “simplesmente o abandonou” e não vem pagando à instituição “deixando os trabalhadores numa situação difícil”.

“Um bom gestor não se foca nos problemas, mas sim, vai à procura soluções”, disse Moniz, para quem a equipa actual não realizou nem 10% das suas promessas de campanha.

C/ Inforpress

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