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A partir dos 50 anos: Distúrbios do Sono podem ser primeiros “sinais de alerta” para Alzheimer 

Imagem: Olhar Digital

Pesquisa recente aponta que danos no Cérebro, associados à idade, podem alterar ondas cerebrais específicas do Sono, que retém a memória de longo prazo. 

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Irvine, Wisconson-Madison e da Wake Forest University (nos Estados Unidos da América – EUA) – conta r7.com -, descobriram que uma Inflamação Cerebral, relacionada com a Idade, pode ligar o risco do Alzheimer a distúrbios do Sono. 

“Nossas descobertas indicam que os aumentos associados à Idade, da Inflamação Cerebral, têm um efeito casacata nas proteínas “Tau”, relacionadas à Doença de Alzheimer e na integridade das Sinapses [pontos de contacto pelos quais as Células Nervosas emitem sinais umas às outras]”, argumenta o principal autor do Estudo, Bryce Mander, acrescentando que “isso resulta em défices na capacidade do Cérebro de gerar Fusos de Sono rápidos, que contribuem para o comprometimento da Memória, relacionada à Idade em adultos mais velhos”. 

Os Fusos do Sono são uma das Etapas do Sono. Eles se caracterizam como descargas eléctricas rápidas no Cérebro, que acontecem várias vezes ao longo do Período Dormido. 

Estudos indicam que os Fusos são importantes para memórias mais antigas e para o desenvolvimento da habilidade de resolver problemas, usar a lógica e identificar padrões em novas situções vividas pelas pessoas. 

A Pesquisa revelou, também, que, com a Idade, a activação crónica de Células Imunes do Cérebro (responsáveis pela inflamação), conhecidas como “Células Gliais”, aumenta a produção de Proteínas Beta-Amilóides e “Tau”, dois marcadores da Doença de Alzheimer. 

Proteínas “Tau”

Vale destacar que as Proteínas “Tau” aparecem em abundância nos Neurónios do Sistema Nervoso Central. Quando afectadas ou em execesso mexem com as Funções Biológicas e Morfológicas nos Neurónios, causando Demência.

O acúmulo de Proteínas Beta-Amilóides leva à formação de Placas Proteícas Sólidas, que se acumulam entre os neurônios, atrapalhando as actividades neurais. 

Os distúrbios do Sono já têm sido ligados ao Alzheimer, mas esse Estudo mostrou que, também, estão relacionados com a Inflamação. 

Sobre o Estudo

A Pesquisa investigou as Actividades Cerebrais de 58 adultos, entre 50 e 60 anos, cognitivamente intactos, ou seja, com Histórico Parental de Alzheimer ou com Factores de Risco Genético, mas sem Placas Beta-Amilóides ou Proteína “Tau” em excesso. 

Os cientistas analisaram o Sono dos pacientes durante a noite, usando um Electro-Encefalograma de Alta Intensidade e mapearam as Ondas Cerebrais deles durante o Sono, além da Retenção de Memória.

Os voluntários também foram submetidos a uma Punção da Lombar, para análises detalhadas da Integridade Neuronal e Proteínas Beta-Amilóide e “Tau”. 

Os resultados evidenciaram que a activação de dois tipos de Células Gliais (desencadeadoras da Inflamação Cerebral), Microglia e Astrócitos, estavam associadas aos Distúrbios do Sono. 

Esta relação em pessoas sem sinais de Alzheimer indica que os Distúrbios e a Inflamação podem ser os primeiros “sinais de alerta” para a Doença.  

O Estudo facilita a Detecção Precoce da Doença de Alzheimer, que pode auxiliar na Identificação de novos Tratamentos em Estágios Pré-Clínicos.

Além do mais, confere um Alvo Terapêutico promissor para interromper o Declínio Cognitivo, associado ao Envelhecimento e à Doença. 

“Descobrir esses mecanismos é um passo importante para identificar indivíduos em risco o mais cedo possível e desenvolver intervenções direccionadas”, concluiu Mander. 

O que é Alzheimer?

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), actualmente, 55 milhões de pessoas vivem com Demência em todo o Planeta, das quais entre 60% e 70% têm Alzheimer.

Com o Envelhecimento da População, estima-se que a Demência poderá atingir 78 milhões de pessoas daqui a oito anos e 139 milhões até 2050.

Segundo a Entidade sem fins lucrativos “Alzheimer’s Association”, a Idade é o maior factor de risco para o desenvolvimento da Doença em pessoas acima de 65 anos, embora a OMS afirme que ela “não é uma consequência inevitável do Envelhecimento Biológico”.

Estima-se, ainda, que perto de 25% dos casos de Alzheimer tenham Influência Genética, mais especificamente o Gene APOE-e4. Ter pais que sofreram de Alzheimer também aumenta o risco – segundo estudos.

Há factores de risco para o Alzheimer que podem ser administrados, como os que estão relacionados à Saúde do Coração e dos Vasos Sanguíneos que irrigam o Cérebro. 

O envelhecimento das células aumenta o risco de uma Inflamação Crónica, que pode levar ao surgimento de doenças. 

Mas, de acordo com Silvia Gómez Senet, médica-especialista em Sistema Digestivo e Imuno-Nutrição, essa condição pode ser prevenida melhorando nossa Saúde Intestinal.



“É uma Inflamação Persistente, que pode ocorrer em qualquer Órgão do Corpo, e, a princípio, pode ser leve. Mas que se acentua com a Idade, sendo factor decisivo na origem de muitas doenças cardiológicas, respiratórias, articulares, digestivas, e também de cancro”, conclui Gómez Senet.

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