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Política

Projecto quer repor a “verdade” sobre a História da Luta de Libertação dos PALOP

A cidade da Praia acolhe entre segunda e terça-feira, 28 e 29, a segunda Reunião Metodológica das Comissões de Trabalho para a Elaboração da História da Luta de Libertação dos Países Africanos de Língua Portuguesa-PALOP. A iniciativa, pretende, entre outros, contribuir para se repor a “verdade histórica” que vem sendo “adulterada” e deverá culminar com a produção de três volumes sobre o tema. 

Segundo informações avançadas pela Fundação Amílcar Cabral assistirão à reunião investigadores (historiadores, sociólogos, antropólogos) da temática da Luta de Libertação dos cinco países de Língua Oficial Portuguesa e os trabalhos da Comissão decorrem no Hotel Pérola.

De referir que a 1ª Reunião da Reunião Metodológica das Comissões de Trabalho deste projecto de Elaboração da História da Luta de Libertação dos PALOP foi realizada em Luanda, Angola, no mês de Março passado, sendo então agora a vez da cidade da Praia acolher a segunda reunião. 

O acto de apresentação pública deste projecto terá lugar na terça-feira, 29 de novembro, devendo contar com a presença do Primeiro-ministro de Cabo Verde.

Como surgiu o projecto?

Sob proposta do Presidente da Fundação Amílcar Cabral, o Comandante e Combatente da Liberdade da Pátria, Pedro Pires, concertada previamente com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, a decisão da criação de uma Equipa para a Elaboração da História da Luta de Libertação dos PALOP, foi aprovada por unanimidade na Conferência Extraordinária dos respectivos Chefes de Estado realizada a 27 de Abril de 2021.

Na altura, o Presidente da República de Angola assumiu “de imediato” alocar uma verba substancial para o arranque do projecto.

A decisão, conforme a mesma fonte, decorreu da necessidade de os principais protagonistas dessa
História narrarem, em primeira pessoa, “a gesta heróica e libertadora de seus povos”, visando “repor a verdade histórica, a qual vem sendo deliberadamente adulterada nos últimos tempos, na tentativa de branqueamento do que foi o doloroso domínio colonial”.

Recolha de documentação

Para o resgate dessa memória, recorrer-se-á, igualmente, à recolha de documentação existente nos vários arquivos, seja das instituições portuguesas, sobretudo dos arquivos da polícia política, e não só, como nos espólios de famílias, dos arquivos das organizações partidárias de onde emergiram os Movimentos de Libertação, e dos arquivos pessoais dos vários protagonistas que participaram activamente na defesa da causa comum da libertação do jugo colonial, entre outros.

Segundo a mesma fonte, apesar de algumas iniciativas nacionais e regionais, sobretudo dos centros universitários, a produção historiográfica disponível sobre esta temática, ainda é escassa.

“Com a agravante de uma parte significativa da produção dada a estampa se revelar manifestamente tendenciosa, criando um viés histórico que convém ser devidamente esclarecido”.

Origem a três volumes 

O projecto pretende assim contribuir para uma nova abordagem epistemológica que actualize os conhecimentos sobre a temática e para a preservação, divulgação e conservação da memória
História da Luta de libertação dos PALOP.

No final, esperam publicar três volumes da História sobre a Luta de Libertação Nacional dos PALOP, devendo o 1° volume abarcar o período que vai dos meados do séc. XIX aos meados do séc. XX; o 2° volume dedicado a Luta Armada propriamente dita, nas suas vertentes clandestina, armada e diplomática e o 3° volume dedicado à história da Gestão das Zonas Libertadas pelos Movimentos que conduziram a Luta pela Independência dos PALOP.

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