A Presidente da Comissão Política Regional do PAICV, em Santo Antão, considera que a última visita do Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, à ilha foi uma “grande decepção”. Elisa Pinheiro afirma que os santantonenses estão preocupados com os inúmeros desafios que a ilha vem enfrentando, mas sem qualquer resposta concreta por parte do Governo central.
Elisa Pinheiro, que falava, ontem, na sede do PAICV, em Porto Novo, começou por se referir à realização da Primeira Conferência Internacional sobre turismo da natureza, evento com o qual se regozijou esperando que o mesmo venha a trazer mais turistas para Cabo Verde.
Contudo, a Presidente da Comissão Política Regional do PAICV considera, entretanto, que a visita do Primeiro-Ministro a Santo Antão foi uma decepção. É que, segundo a mesma, a chegada do primeiro-ministro e a “enorme comitiva” a Santo Antão trouxe enormes expectativas, que saíram defraudadas no fim.
“Seria desta que o Governo ia apresentar aos santantonenses medidas e projetos concretos há muito aguardados para o desenvolvimento da ilha? Não! Foi uma autêntica decepção. Nada radicalmente nada. Afinal, o primeiro-ministro e comitiva vieram fazer turismo em Santo Antão”, afirmou Elisa Pinheiro.
Aeroporto para a ilha e 2ª Fase da Expansão do Porto do Porto Novo
Essa responsável questionou a situação dos transportes marítimos para a ilha das montanhas, e considerou um “caos”, a subida “exponencial” do preço de transporte de mercadorias por via marítima e a situação do turismo na ilha.
Em forma de alerta, lembrou que para o turismo se desenvolver é necessário “haver infraestruturas de apoio ao setor, bem como políticas públicas capazes de estimular o crescimento do turismo, que ao mesmo tempo devem ir ao encontro das aspirações dos operadores económicos e turísticos da ilha de Santo Antão”.
Em relação ao aeroporto para a ilha, Elisa considerou que esta promessa é já uma “ladainha” e que depois “de sete anos de promessas”, a população da ilha quer ver o início das obras.
“Queremos saber definitivamente em que pé estão as coisas Senhor Primeiro-Ministro? Será que os estudos técnicos estão concluídos? Qual é o resultado? Será que o financiamento existe? Enfim, não restam dúvidas que a estratégia é continuar a empurrar o assunto com a barriga até as próximas eleições. Mas quem vai acreditar?” questionou.
Outra preocupação trazida à tona foi o projeto da 2ª Fase da Expansão do Porto do Porto Novo enquanto infraestrutura “importantíssima” para o desenvolvimento do turismo de cruzeiros que, segundo a mesma, “parece estar morto”.
Elisa finalizou afirmando que a ilha encontra-se atualmente num processo com “mais desesperança, mais desemprego, mais pobreza e cada dia menos população”.
Tiago Ribeiro
