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Economia

Do peru ao leitão, ofertas para a ceia de natal não são para todos os bolsos

A poucos dias para o Natal, a azáfama nos minimercados é visível, sobretudo de pessoas que procuram os artigos a não faltar na ceia do dia 24. Enquanto os comerciantes garantem que os preços já se estabilizaram um pouco, consumidores continuam a queixar-se de pouca margem de manobra perante valores não suportados para todos os bolsos.

Desde o leitão, o peru, passando pelo cabrito e o bacalhau, quem deseja montar uma mesa de natal a rigor depara-se com uma variedade de preços que não deixa muita margem à poupança, queixam-se os consumidores.

“A oferta é vasta, mas não para todos os bolsos”, confessa uma praiense que, não obstante, faz contas à vida para não deixar morrer a tradição de uma mesa farta na noite de Natal.

Os efeitos do cenário internacional, nomeadamente da guerra na Europa, ainda se fazem sentir nos valores dos produtos, porém, comerciantes assumem que neste momento os preços estão um pouco mais estabilizados, em comparação com algumas semanas atrás.

Produto nacional faz concorrência

A oferta passa pelo famoso leitão e pelo cabrito, nestes casos produtos nacionais, que fazem concorrência notável aos importadores, com preços mais acessíveis.

A NAÇÃO sabe que esses dois itens são muito enviados inclusive da ilha do Fogo. Segundo alguns importadores de congelados, diante da oferta nacional, sequer compensa trazer estes dois itens.

Peru entre três a cinco mil escudos

Num dos estabelecimentos comerciais do Palmarejo, na Cidade da Praia, voltado para o ramo dos congelados, o preço do peru inteiro varia entre os 3.250$ (3200g) e os 4.870 escudos (4800g). Já as pernas de peru estão a 6800$00.

Outro prato tradicional da ceia é o arroz de pato, para o qual, para além dos restantes ingredientes para o confecionar, é preciso desembolsar entre 1600 a 2020 escudos o pato de cerca de 2 kg.

Bacalhau

O bacalhau, outro convidado de honra da Ceia de Natal, varia entre os 700 escudos para 800g de coxinhas, até os 2790 escudos o kg das postas.

Perna de borrego está a ser vendido por uma média de 1680 escudos para 3kg.

Entre os produtos mais acessíveis está o frango inteiro, cujo valor varia entre os 275 escudos aos 775 escudos/kg.

Entretanto, entre os mais procurados figuram o pernil de porco e a carne de borrego.

Outros itens

Para além das carnes, a corrida é também aos ovos, à farinha, ao açúcar, ao leite condensado e ao azeite (769$/L extra- -virgem).

Os frutos secos também não estão para todos os bolsos, com sacos de 150g a serem vendidos numa média de 300 escudos e de 250g a chegarem aos 520 escudos.

Os figos, por exemplo, estão por 520 escudos, as ameixas secas por 285 escudos e os alperces a 425 escudos.

Valores semelhantes em São Vicente e Sal

Na ilha do Sal, onde geralmente o custo de vida é mais altos, o peru e o frango estão praticamente ao mesmo preço da Praia, conforme apurado junto de uma consumidora.

O frango inteiro, conforme nossa fonte nos Espargos, está a 500 escudos o quilo, enquanto que o bacalhau chega aos 2900 escudos por cada quilo.

No Mindelo não é diferente. O bacalhau ronda os 2600 escudos o quilo, enquanto que o peru está a 415$/kg e o frango inteiro a 345$/kg.

Opção pelo peixe nacional

Diante destes preços, há quem vai optar por substituir o bacalhau pelo peixe seco nacional.

“Não vou comprar. Está muito caro. Lá em casa vamos comprar o peixe seco da terra e fazer a mesma receita que faríamos com o bacalhau”, revela uma consumidora.

Aliás, a quem diga que esta deveria ser uma brecha para valorizarmos o produto nacional, em detrimento do importado. Além do cabrito e leitão, há também o “peixe di terra”…

E bom Natal

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 851, de 21 de Dezembro de 2023

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