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México: Claudia Sheinbaum eleita primeira mulher Presidente da República 

Claudia Sheinbaum, 61 anos, foi eleita Domingo, último, a nova Presidente do México, tornando-se na primeira mulher a assumir esse cargo nesse país. Figura de esquerda, marcada pelas suas posições progressistas e ambientalistas, tida como extremamente técnica e apelidada de “Dama de Gelo” pela oposição, Claudia Sheinbaum é vencedora de Nobel e pró-Palestina.

Ex-prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, cientista política e engenheira ambiental, obteve uma vitória esmagadora sobre a sua oponente Xóchitl Gálvez, candidata do centro-direita e das elites mexicanas, confirmando assim o favoritismo de mais de 55% das intenções de voto em praticamente todas as pesquisas efectuadas antes do pleito eleitoral.

“Fizemos história!”, disse Sheinbaum a uma multidão na manhã desta Segunda-feira, 03 de Junho, na praça Zócalo, no coração da Cidade do México ao celebrar sua vitória. Na ocasião, também agradeceu ao Presidente cessante, López Obrador, chamando-o de “um homem excepcional e único que transformou o México para melhor”.

Missões da nova Presidente

A nova Presidente do México terá, entre outras missões, continuar o legado de transformações sociais e reformas herdado do Presidente cessante, López Obrador, que expandiu a assistência social e subiu o salário mínimo em mais de 85% acima da inflação.

Sheinbaum também promete reforçar o combate aos cartéis, factor que deu popularidade ao partido a que se filiou (AMLO), e que posicionou a esquerda como a principal força política contra o crime organizado mexicano.

Aliás, a imprensa mexicana e internacional, destaca que o grupo político de Claudia Sheinbaum tem sido a principal vítima dos cartéis, com deputados e candidatos a senadores assassinados ao redor do México por seus conflitos com o crime organizado.

Tanto assim é que, em termos globais, a disputa política nas últimas eleições ficou marcada pela violência tendo-se registado mais de 200 mortos, incluindo 34 candidatos.

Política de não-alinhamento

Analistas mexicanos e não só consideram que o partido Claudia Sheinbaum possui um discurso populista e de campanha contínua, posicionando-se como um grupo contra as elites do México e contra o imperialismo estadunidense.

Assim, perspectivam que Sheinbaum deve manter uma política não-alinhada a nível das relações internacionais, privilegiando parcerias e proximidade com países como o Brasil.

A nova Presidente do México é vista como uma judia pró-Palestina, com mão forte contra a direita e extremamente técnica. Sheinbaum é apelidada de “Dama de Gelo” pela oposição e uma ameaça para as elites, para o sionismo e para os cartéis mexicanos. E também uma pedra no sapato dos EUA.

Quem é Claudia Sheinbaum

Claudia Sheinbaum é de esquerda e filiada ao Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), partido do atcual presidente Andrés Manuel López Obrador, conhecido como AMLO, que goza de grande popularidade no México. Cientista política e engenheira ambiental, Sheinbaum concorreu para as eleições presidenciais numa coligação que conta, além do MORENA, com o Partido do Trabalho (PT) e o Partido Verde Ecologista do México (PVEM).

Ela ganhou notoriedade por ser a primeira mulher e a primeira judia a ocupar o cargo de prefeita da Cidade do México em 2018. Tem uma longa história de actuação a nível regional e nacional. Começou a sua carreira política em 2000, quando foi nomeada Secretária do Meio Ambiente do Distrito Federal pelo seu padrinho político, AMLO, quando este governou a capital mexicana.

O seu principal foco como prefeita da Cidade do México foi a implementação de políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável, incluindo a expansão da colecta de água de chuva, a reforma do gerenciamento de resíduos e o início de um programa de reflorestamento.

Em 2023, ela anunciou que deixaria o cargo de prefeita para concorrer às eleições presidenciais de 2024, tornando-se a candidata oficial do partido MORENA. A carreira de Sheinbaum é marcada por suas posições progressistas e ambientalistas e é declaradamente uma crítica do modelo económico neoliberal.

De acordo com o Instituto Nacional Eleitoral (INE) do México, Sheinbaum, do Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), principal grupo de esquerda do cenário eleitoral mexicano, obteve entre 58,3 e 60,7% dos votos, vencendo sua adversária Xóchitl Gálvez, de direita e filiada ao Partido de Ação Nacional (PAN), que deve registrar entre 26,6% e 28,6%.

C/Agências de Notícias

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