PUB

Sociedade

Cidadela : Moradores pedem intervenção das autoridades

Os moradores da Cidadela, emblemático bairro da cidade da Praia, estão revoltados. Denunciam, mais uma vez, o “estado de abandono” em que se encontram, dizendo-se “ignorados e discriminados” pela Câmara Municipal e pela empresa Águas de Santiago (AdS). E pedem por isso a intervenção de quem de direito.
Numa carta dirigida ao Presidente da Câmara Municipal da Praia (CMP), Óscar Santos, com cópia ao Provedor da Justiça, um grupo de moradores de Cidadela recorda que, em Junho de 2017, foi recebido em audiência por aquele autarca, a quem expuseram um conjunto de problemas que o bairro vinha padecendo e continua a padecer.
Sobre a mesa estavam constrangimentos como a falta de acesso à água da rede pública, a deficitária ou mesmo inexistente iluminação pública, as péssimas condições das vias de acesso, nalguns casos completamente esburacadas, bem como a inexistência de um plano toponímico, de espaços de lazer e áreas verdes e de sinalização nas principais vias.
Dentre os vários compromissos assumidos, então, por Óscar Santos, no encontro, “amplamente divulgados nos órgãos de comunicação social”, o grupo destaca a asfaltagem das estradas da Cidadela, que devia acontecer em Novembro de 2017, uma vez concluídos os trabalhos de tubulação de água pela AdS. Entretanto, os visados dizem-se uma vez mais enganados, dado que, “ultrapassada largamente” a data prevista, a AdS e a CMP começaram a realizar testes nas redes de água e obras de asfaltos, mas em apenas algumas ruas “cirurgicamente” escolhidas.
“Porque os moradores do bairro se sentem, com este acto, ignorados, discriminados e um total desrespeito pelas autoridades mencionadas e perante o total silêncio dessas instituições, apelam esclarecimento público das mesmas e a intervenção das autoridades competentes na resolução do problema”, lê-se no documento que o A NAÇÃO teve acesso.
Na carta assinada por um núcleo representativo dos residentes, que integra Gertrudes Oliveira, Paulo Medina, Marcelino Martins, José Lino Tavares e Felisberto Moreira, os visados dizem que estão determinados a irem até às últimas consequências, exigindo das entidades competentes o cumprimento das suas responsabilidades. E para isso, além de várias outras ações previstas, já solicitaram a intervenção de diversas entidades públicas e privadas, entre os quais o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
Tentamos ouvir a CMP e a ADS, mas até o fecho desta edição nenhuma destas instituições respondeu ao nosso pedido de reação.
 Cidadela
A Cidadela, enquanto urbanização, concebida e vendida pelo grupo Tecnicil, foi projectada numa área de 113 hectares e concebida para acolher mais de 20 mil habitantes, comércios, zonas públicas de serviço e lazer, entre outros. Em 2004, aquela imobiliária colocou à venda mais de dois mil lotes de terreno na referida zona, que, segundo o projecto então apresentado, quando concluído, devia ser referência da Capital devido à qualidade das suas infra-estruturas, feitas de raiz, harmonizando vivendas, etc., o que fazia deste projeto urbanístico o mais ambicioso alguma vez concebido para a Cidade da Praia. Aliás, a campanha publicitária denominava Cidadela – “A Cidade do Futuro”.
Volvidos estes anos todos, os moradores entendem que, apesar de a Cidadela se ter tornado realmente num importante centro habitacional da Praia, predominante com gente da classe média alta, a prometida “Cidade do futuro” ficou aquém daquilo que lhes foi “vendido”.
Entre outros problemas, as vias de acesso apresentam-se esburacadas, as redes de água, esgoto, energia eléctrica, entre outros, estão por concluir. Problemas esses que levam os citados moradores ao desespero. De um modo geral, reclamam dos avultados investimentos feitos, mas também, pela precária condição de habitabilidade que acabaram por encontrar. Basta dizer que a água só por autotanque.
 
 
 

PUB

PUB

PUB

To Top