Com oito mil contos da lei da cópia privada cedido pelo Governo, a associação, segundo o presidente Mário Benvindo Cabral, pretende dar continuidade às formações na área de produção cinematográfica e edição, apostar na formação em roteiro, na programação de festivais e mostras com especialistas de Portugal.

“Temos um plano de actividade ambicioso e com o valor do montante disponibilizado no âmbito da lei da cópia privada já estamos a trabalhar para dar corpo ao nosso plano”, disse, em declarações à Inforpress.

Uma das novidades para este ano,  indicou, é o lançamento do edital especial para concurso de curta-metragem alusiva ao centenário de Amílcar Cabral.

Este concurso vai ser direccionado aos jovens até 40 anos de idade, em que a ideia é realizar filmes curtos para a promoção da história de Cabo Verde e de Amílcar Cabral.

Ainda será lançado o segundo edital de apoio a curtas-metragens, em que para este ano vão reduzir o número de beneficiados, de oito para seis, mas, por outro lado, vão aumentar o valor de apoio de 300 para 500 contos.

No decurso deste ano, a associação vai assinar um protocolo de parceira com a Associação Para Documentário de Portugal (APORDOC) e no âmbito desta parceria vão desencadear uma série de actividades.

Cabral destacou o projecto “DOC For Kids”,  destinada às crianças do ensino básico, e a realização de um workshop sobre organização de projectos.

“A ideia é trazer uma formadora especializada em ensino para crianças para fazermos esta formação que vai ser de certa forma a criação de novos públicos, porque a ideia é ter crianças com gosto para fazer cinema”, informou.

Outro evento agendado para este ano,  apontou, é a realização de uma residência artística de documentário, que terá como palco o município do Tarrafal ou Cidade Velha.

“A ideia é ter sete residentes de sete municípios em que durante 15 dias no Tarrafal ou em Cidade Velha vão tentar criar um dossiê capaz de se apresentar em qualquer televisão ou em qualquer parceiro para o seu desenvolvimento”, disse, assegurando que esta residência será dirigida por uma especialista em documentário do Instituto Escocês.

No mês de Março, a associação celebra sete anos de existência e, para assinalar a efeméride, foi criada uma equipa para elaborar as actividades, que deverão incluir sessões de workshops e realização de um concurso sobre álcool e outras drogas, que conta com a parceria da Comissão de Álcool e outras Drogas e a Rádio Televisão de Cabo Verde.

Mário Benvindo Cabral mostrou-se convicto de que este plano espelha o trabalho que a associação tem vindo a desenvolver, em que nos primeiros tempos não contavam com nenhum financiamento, mas agora contam com o incentivo do Estado.

Apesar de considerar que oito mil contos “não são suficientes para fazer o cinema”, disse que a associação tem adequado o seu plano de actividade em função dessa verba.

“Na verdade, é melhor ter pouco do que nada, nós fazemos a nossa parte e outras entidades e instituições com recurso hão-de fazer a deles para apoiar o cinema”, concluiu.

Inforpress