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Venezuela: Países americanos boicotam presidência de Fórum sobre Desarmamento

Os Estados Unidos da América (EUA) e vários países do Grupo de Lima boicotaram a presidência venezuelana da Conferência sobre Desarmamento, em Genebra (na Suíça), por não reconhecerem legitimidade ao Governo de Nicolás Maduro para liderar este Fórum.

Quando o embaixador da Venezuela, Jorge Valero, se preparava para iniciar a primeira sessão da Conferência sobre o Desarmamento, terça-feira, 28, que decorre até 23 de Junho, em Genebra, os embaixadores dos EUA e de diversos países americanos abandonaram a sala, boicotando a sessão inaugural da presidência venezuelana do Fórum.

“O que se passa é propaganda de propaganda”, disse Robert Woods, embaixador norte-americano destacado para a Conferência, minutos depois de ter saído do evento.

“Qualquer que seja o assunto discutido, quaisquer que sejam as decisões tomadas, não terão legitimidade, porque o regime que preside (venezuelano) é ilegítimo”, justificou o diplomata que representa os EUA.

Woods abandonou a sala, acompanhado dos embaixadores dos países do Grupo de Lima – que tem contestado o Regime do Presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro –, com excepção do diplomata mexicano.

Os EUA e outros 50 países reconheceram o líder da Oposição, Juan Guaido, como Presidente interino da Venezuela.

“Um representante de Juan Guaido, o Presidente interino, devia estar nesta sala agora, sentado naquela cadeira”, disse Wood, enquanto abandonava a sessão.

A Conferência sobreo Desarmamento, criada em 1984 para negociar programas multilaterais de desarmamento, já foi um importante Fórum das Nações Unidas para as negociações de controlo de armas, mas o trabalho desta Organização está parado, há vários anos, por causa de impasses diplomáticos.

No momento em que a presidência rotativa da Conferência passou para as mãos da Venezuela, a crise na Organização agrava-se, pela falta de reconhecimento de legitimidade ao Governo de Maduro.

“Não vamos ficar sentados a ouvir reclamações contra os valores democráticos dos Estados Unidos”, disse Woods aos jornalistas, depois de abandonar a sala do Conselho, o cenário habitual da Conferência sobre Desarmamento, no Palácio das Nações de Genebra.

Ainda assim, o embaixador Jorge Valero iniciou a sessão da Conferência, prometendo que a Presidência venezuelana desta sessão “escutará todas as vozes” e estabelecerá um “diálogo inclusivo”.

Sobre o boicote decretado por vários países americanos, Valero lamentou que “os Estados Unidos e alguns dos seus dóceis aliados continuem a trazer para o fórum questões que estão fora do seu mandato”.

Para o embaixador venezuelano, “o comportamento da delegação dos EUA viola o trabalho da Conferência e as regras de procedimento”.

Valero afirmou que, contudo, “felizmente, a maioria decisiva dos países que compõem as Nações Unidas reconhece o governo venezuelano”, o que dá legitimidade suficiente à presidência do seu País nesta sessão da Conferência sobre o Desarmamento.

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