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Economia

Afreximbank: África cresceu 3,6 por cento em 2018

Segundo o relatório anual da economia em África, hoje apresentado nos encontros anuais do banco pan-africano que decorrem em Moscovo, o continente cresceu 3,6 por cento em 2018, menos duas décimas que no ano anterior, apesar da crise dos preços das matérias-primas.

A China e a Índia representam 21 por cento do total dos negócios em África, enquanto o comércio interno representa apenas 16 por cento, um número que os analistas do Afreximank consideram muito baixo, quando comparado com outros continentes.

O facto de África ter muitas matérias-primas e pouca manufatura que permita trocas comerciais entre os países contribui para estes números, consideram os autores do relatório, embora salientando que em 1980 esse valor era de apenas 5,1%.

Já o défice da balança externa passou de 79,5 mil milhões de dólares em 2017 para 34,2 mil milhões de dólares em 2018, graças ao aumento do preço das matérias primas.

Segundo o banco pan-africano com sede no Cairo que tem como principal foco o financiamento e promoção do comércio e investimento no continente, o total das trocas comerciais de África em 2018 atingiram um bilião de dólares em 2018, com um aumento que coloca o continente como uma das regiões com mais rápido crescimento do mundo.

O relatório destaca a “resiliência das economias africanas à volatilidade global num período de incerteza e de crescentes guerras comerciais entre os Estados Unidos, China e outros”.

A resistência, referem os autores, reflete a diversificação dos parceiros comerciais de África, nas relações Sul-Sul e do aumento do investimento público para dar resposta ao crescimento da população e à necessidade de controlar a inflação.

“Estes fatores reduzem a exposição de África aos ciclos económicos associados a países individuais ou regiões”, referem os autores.

A União Europeia permanece como o principal parceiro do continente (29,8% do total das trocas comerciais) mas as relações com os países em desenvolvimento, China e Rússia (conhecidos como países do Sul) constituem já 35 por cento do total das trocas comerciais.

A criação da nova zona de livre-comércio e livre-circulação de pessoas que junta 24 países (AfCFTA, na sigla em inglês), a aposta em plataformas de comércio eletrónico transnacionais e a partilha de bases de dados são algumas das apostas que o continente deverá assumir nos próximos anos para se tornar mais competitivo.

As tecnologias da informação, refere o relatório, podem “libertar o potencial de crescimento económico integrado de África” no contexto da economia global.

Além disso, o reforço da cooperação interna e do comércio entre Estados africanos poderá diminuir a dependência da região em relação aos preços das matérias-primas.

Lusa

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