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Covid-19

COVID-19: praienses “despejam supermercados”

Com a entrada real da COVID-19 no país, os cabo-verdianos reforçaram a corrida aos supermercados. Papel-higiénico, arroz, leite, óleo, sabão líquido e gás butano são os produtos mais procurados.

Além do açambarcamento, punido por lei,  esta corrida tem atropelado, em alguns casos, a “cláusula primeira” das medidas de prevenção que é evitar a aglomeração de pessoas.

O grupo “Calú e Ângela” que possui uma rede de oito supermercados notou um aumento da procura repentina destes produtos considerados “da primeira necessidade” além das compras habituais do final do mês.

“Tanto aqui no Bairro Craveiro Lopes que é centro, como em Palmarejo, Terra Branca, Praia Shopping, Achada Santo António, Plateau, São Filipe e Assomada as pessoas compraram arroz, papel-higiénico e leite em grandes quantidades, além do que costumam levar no final de cada mês”, explicou a empresária Ângela Fernandes.

Também o Grupo Khym Negoce, com lojas de produtos alimentícios na Fazenda, cidade da Praia, diz verificar desde segunda-feira, 23, para cá, uma compra acima do normal.

“Aqui sempre no final de cada mês temos filas de pessoas a fazerem compras. No entanto, desta vez por causa deste problema da Covid-19, as procuras aumentaram e as pessoas passaram a levar mais do que o costume. Arroz, caixas de óleo, sabão líquido, papel higiénico são os produtos com mais saída até agora”, diz Patrick Sanches responsável das compras e vendas do Khym Negoce da Fazenda.

Esta procura “redobrada” de produtos, tem causado constrangimentos e atropelado a “clausula primeira” do Plano de Risco de Calamidade, accionado e vai, em alguns casos, contra as recomendações das autoridades nacionais e municipais que é “evitar aglomeração das pessoas”.

Mas, tendo em conta que as lojas monitorizadas pela Inspeção Geral das Atividades Económicas (IGAE) já tomaram algumas medidas para manter o “número adequado” de compradores,
as filas de espera nas ruas aumentaram e os utentes não tem seguido as recomendações de espaçamento mínimo de pelo menos 1,5 metros entre cada pessoa.

“Falo para as pessoas que não devem ficar próximas e muitos deles ficam a gozar comigo como se não estivesse a falar de algo importante e preocupante. Elas não têm paciência para enfrentar a fila e ameaçam procurar outros centros comerciais”, diz o porteiro de uma das lojas.

Comerciantes conscientes

Ao contrário dos utentes, os proprietários das lojas dizem-se cientes dos cuidados.

“Aqui tendo em conta o tamanho do espaço, temos senhas para 15 pessoas de cada vez e alguns funcionários já estão a utilizar máscaras conforme as suas necessidades. Todos estão
informados e sabem que devem reforçar a segurança pessoal”, diz Patrick Sanches.

Igualmente Ângela Fernandes diz que os seus funcionários estão informados sobre as novas medidas. “Todos estamos ciente e se antes já limpávamos o espaço duas vezes ao dia,
agora, fazemos com mais frequência e criando todas as condições para segurança de todos que nos procuram”, diz.

Stock razoável

Apesar de muita procura por parte dos utentes, as lojas dizem ter ainda um stock razoável de produtos, pelo que consideram desnecessário o açambarcamento de produtos.

“O nosso stock está razoável e dará pelo menos para daqui a um mês e meio. Quando for necessário vamos repor os produtos como sempre fizemos porque o mercado ainda não apresentou situações de escassez”, explica Ângela Fernandes.

Por isso, apela às pessoas para que “não precisam armazenar compras em casa para não prejudicar as que têm menos poder de compra”, diz. “A situação é de se preocupar mas sem dramatizar”, apela.

Pelo seu turno Patrick Sanches diz que o Khym Negoce na Fazenda tem sensibilizado as pessoas neste aspecto e que já se nota alguma melhoria. “Recebemos muita procura mas nós mesmos chegamos a falar com as pessoas de que não é necessário levar mais do que precisam e acreditamos que 80% já estão informados sobre isso e estão a melhorar”.

O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva já garantiu várias vezes publicamente que o abastecimento internacional de bens alimentares e bens de primeira necessidade a Cabo Verde continua, pelo que não há necessidade de fazer açambarcamento.

RM

 

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