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Santiago

Praia: Jovem síria já não vai ser deportada

A jovem da Síria, que estava na iminência de ser devolvida ao seu país de origem, e com isso, sujeita à pena de morte, já não vai ser deportada. A mesma estava em greve de fome, como protesto, em frente à Embaixada de Espanha, por não estar a receber, do mesmo consulado, respostas de um pedido de asilo solicitado (desde Fevereiro). O seu visto, sabe o A Nacão, vai ser prorrogado enquanto que o cidadão espanhol, a pessoa que mais lhe tem apoiado, pode ser enviado para o seu país de origem ainda hoje. 

Sabe o A NAÇÃO que a jovem Síria, de 30 anos, que não quer regressar ao seu país de origem para não ser decapitada, esteve esta manhã, na Polícia de Fronteiras, na Praia, onde espera a prorrogação do seu visto de estadia em Cabo Verde, por, pelo menos, mais seis meses.  

Até lá, continuará à espera de uma resposta favorável da Embaixada de Espanha sobre o seu pedido de asilo. 

Sem espanhol, jovem fica desamparada

Já o cidadão espanhol, a pessoa que mais lhe tem apoiado em todo este processo, deve ser deportado, ainda hoje. 

Isto, embora a advogada e ex-primeira-dama, Lígia Fonseca que lhes tem apoiado juridicamente já emitiu um requerimento junto das autoridades competentes para prorrogar também a sua estadia em Cabo Verde. 

“É de lamentar que um turista seja tratado desta maneira. Eu não estou cometendo nenhum crime em Cabo Verde. Estou de forma ilegal por estar a tentar ajudar esta jovem. Toda esta situação foi gerada pela Embaixada de Espanha que não deu resposta em tempo útil. Continuam sem dizer nada sobre o asilo que solicitamos”, avançou o cidadão espanhol.  

Sobre o caso

Recorde-se que a jovem de nacionalidade Síria, de 30 anos, estava em greve de fome, em frente à embaixada de Espanha, na cidade da Praia, desde o passado dia 15 de Junho, para protestar a falta de resposta desta embaixada sobre um pedido de asilo que solicitou desde fevereiro deste ano.

Em uma carta, um cidadão de nacionalidade espanhola que está a apoiar esta jovem, descreveu a situação como “muito delicada”. 

Segundo a carta a que o A NAÇÃO online teve acesso, a jovem síria de 30 anos deixou o seu país no passado mês de Fevereiro fugindo da situação de guerra e extremistas islâmicos (Jihadistas e Irmandade Muçulmana).

Mas, acima de tudo, como explica na carta, “fugindo dos maus tratos dos familiares motivados pela religião, já que o seu pai e irmãos são fundamentalistas islâmicos, e há anos tentam, por meio de espancamentos, mudar a forma de pensar e agir desta jovem”. 

A mesma chegou a Cabo Verde desde Fevereiro, graças à colaboração de um amigo espanhol que pagou as transferências e a estadia e que lhe tem apoiado desde aquela altura.

Entre o silêncio da Espanha e a pressão de Cabo Verde 

A carta nos dá conta ainda que no dia 17 de Março, foi enviado “um pedido de ajuda (ao abrigo do artigo 38.º da Lei do Asilo) na Embaixada de Espanha tendo entregado o requerimento que até ainda não tem uma resposta”. 

Além do silêncio na embaixada de Espanha, a Polícia de Fronteiras de Cabo Verde deu também um ultimato a esta jovem que, com visto de estadia em Cabo Verde caducado, deveria regressar “voluntariamente” para o seu país de origem onde diz ter a certeza de que só a “morte” lhe espera. 

O prazo da sua estadia “legal” em Cabo Verde terminou no domingo,25, mas ao que tudo indica, vai ser prorrogado para que ela aguarde a resposta da embaixada de Espanha sobre o pedido de asilo. 

Ainda sem resposta da Espanha… 

Da Embaixada de Espanha o que se sabe até agora é queeste procedimento está previsto no artigo 38º da lei 12/2009 e que permite solicitar deslocação a Espanha a partir de onde se solicita o asilo”, conforme avançou anteriormente num esclarecimento prestado ao A NAÇÃO. 

“Por se tratar de uma situação muito delicada e, ao abrigo da Lei Orgânica de Proteção de Dados, devido à confidencialidade, não podemos dar nenhum tipo de informação sobre o estado do processo, a não ser confirmar que temos conhecimento do caso”, esclareceu. 

Com visto da jovem síria prorrogada, fica por resolver a situação do espanhol, a pessoa que mais lhe tem apoiado em todo este processo, inclusive, fazendo pressão à Embaixada da Espanha para “cumprir a Lei do Asilo, artigo 38º).

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