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Ambiente

Bruma Seca: ASA esclarece condições de operação nos aeroportos do país

A empresa nacional de aeroportos e segurança aérea – ASA, esclareceu hoje, em comunicado, as condições de operação nos aeroportos e aeródromos do país face à situação de bruma seca que se regista nos últimos dias e que tem levado ao cancelamento e desvio de vários voos, incluindo na Boa Vista e São Vicente. 

O comunicado, segundo a ASA, visa esclarecer “comentários e opiniões diversas” sobre eventuais soluções que possam evitar essas disrupções nas ligações aéreas em Cabo Verde.

De acordo com o documento, os três aeródromos domésticos só funcionam em condições meteorológicas visuais devido aos seus “condicionalismos estruturais” e quando a visibilidade estiver de 5.000 metros “ou acima”.

Já os quatro aeroportos internacionais estão preparados, segundo a ASA, para operarem em condições meteorológicas em que não haja a referência visual, pois dispõe de “determinados equipamentos de apoio à navegação, que garantem a segurança necessária aos voos”.

Caso especial de São Vicente

De acordo com a empresa, recentemente foram instaladas no Aeroporto da Praia e no da Boavista procedimentos de voo com base em satélite (procedimentos GNSS) que permitem operar em situações de visibilidade de 1.100 metros.

No mesmo comunicado a empresa ressaltou que São Vicente é um “caso particular”.

“No Aeroporto de São Vicente, também foram implementados procedimentos GNSS, desde 2017.Infelizmente, esses procedimentos não tiveram o mesmo impacto que no Aeroporto da Boavista, devido à diferença da orografia (montanhas) à volta dos dois aeroportos”, explica a empresa.

“No aeroporto de São Vicente, infelizmente há um conjunto de obstáculos naturais (terrenos) que perfuram as áreas de segurança necessárias para realização de voos em condições de visibilidade abaixo de 2.400 metros” , continua.

Em São Vicente mesmo com a instalação do sistema ILS (lnstrument Landing System), assim como o do Sal, que, em teoria, permitiria operações com visibilidade de 550 metros devido à orografia em torno deste Aeroporto (existência de montanhas), “nenhum voo teria condições para aterrar com uma visibilidade abaixo dos 2.400 metros (o que se utiliza atualmente)”.

Sem vantagem

A instalação de um sistema ILS em São Vicente é tecnicamente possível, mas não traria nenhuma vantagem adicional a nível de acesso ao aeroporto, assim como a instalação de procedimentos mais avançados chamado de (RNP-AR — Required Navigation Performance-Authorizations Required).

A ASA avança que realizou inclusive um estudo para verificar a viabilidade de implementação de procedimentos de voos mais avançados (RNP-AR), no entanto, esse estudo também revelou que os mínimos de operação com manobras RNP-AR não teriam melhorias significativas, comparativamente aos mínimos atuais e publicados.

Isto além de que tal conceito de operação requeria avaliados investimentos da parte das operadoras aéreos na adequação e certificação das aeronaves e da tripulação, sem qualquer garantia de ganhos em termos do desempenho na operações no Aeroporto de São Vicente.

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