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Cultura

Praia: Associações de Achada Grande Trás querem resgatar batuco na comunidade

As Associações de Achada Grande Trás, na cidade da Praia, querem impulsionar e resgatar o batuku (batuco), uma das principais actividades culturais, outrora, realizadas nesta zona. A ideia é criar uma escola e deixar um legado através do grupo local Raiz de Tambarina.

A Associação de Desenvolvimento de Marrocos (ADM) pretende, junto com a Associação de Pescadores e do próprio grupo de batuku local, Raiz de Tambarina, resgatar esta manifestação cultural, hoje, património nacional.

Em entrevista à Inforpress, o vice-presidente da ADM, Antóquio Teixeira, avançou que a ideia é criar uma documentação que compila todo o percurso e historial do grupo Raiz de Tambarina, tido como um dos primeiros a existir em Cabo Verde e que, levou o nome de Achada Grande Trás a outros pontos da ilha de Santiago.

Desta feita, reuniram para analisar o estado do batuco, pela sua importância, tendo em conta que os elementos do grupo demonstraram muita “força de vontade” em retomar as atividades e não deixar morrer esta tradição.

“Pretendemos recomeçar já os ensaios e até já temos convite para participar de um evento, no dia 21 de Fevereiro, da ACRIDES, que já demonstrou o interesse em nos ajudar, por exemplo, na formação de danças tradicionais, como é o caso do batuku”, referiu Antóquio Teixeira.

Engajamento dos mais jovens

As associações querem também actualizar o grupo de batucadeiras, com o engajamento dos jovens para preencher o tempo livre, e, também, porque alguns dos seus integrantes do Raiz de Tambarina já são idosos.

Estes pretendem ainda documentar todo o percurso e historial do batuku de Achada Grande Trás, um historial digital, que permita mais tarde as pessoas conhecerem a sua história, os seus fundadores, bem como as suas músicas. Passo este que constitui um dos maiores desafios, segundo estas associações.

Antóquio Teixeira adiantou ainda que pretendem homenagear, este ano, por ocasião da festividade da santa padroeira, no mês de Julho, um dos fundadores do grupo, numa cerimónia que terá a participação de outros grupos de batuku da ilha de Santiago.

Apoio e incentivos

O grupo Raiz de Tambarina tem uma ou duas músicas gravadas, mas a intenção, segundo a mesma fonte, é contar com alguns apoios, no sentido de gravar mais canções, e dispor de mais meios materiais, como a “tchabeta”, tumpa, introduzir ainda violas, para modernizar um pouco o batuku.

“Aqui é notável que as pessoas gostam do batuku, tanto é que sempre que se faz alguma actividade com participação de batucadeiras, as pessoas juntam-se, sabem vivenciar o batuku. O que falta é o incentivo”, atestou, acrescentando que o objectivo é, a partir de agora, realizar ensaios e passar a participar de actividades, principalmente as realizadas nesta zona.

Ambições

Quanto à ambição das associações de ter uma escola de batuku, adiantou que o propósito é aproveitar os ensinamentos das pessoas mais idosas, a sua experiência e os conhecimentos nesta actividade cultural.

“Sabemos que se iniciarmos os ensaios teremos alguns convites, e queremos, por outro lado, gravar as letras do grupo, para ter reconhecimento, um legado, e não ficar perdido no tempo”, justificou.

C/Innforpress

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