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Diáspora

Cabo-verdiana super-dotada é craque em bolos

Chama-se Serina Ribeiro, tem 14 anos e, apesar de estar no primeiro ano do liceu, já frequenta aulas iniciais para universitários. A confeitaria ainda é um hobby, mas sonha em ter sua própria rede de padarias e que seus bolos sejam conhecidos no mundo.

Em conversa com o A NAÇÃO, Serina, que nasceu em Brockton, filha de pais cabo-verdianos, diz que começou a fazer bolos por mera curiosidade. “Sempre gostei de ver vídeos de bolos no Youtube e depois me desafiava para ver se conseguia fazer igual. Eu tentei e realmente consegui”, recorda.

Apesar de hoje estar mais focada nos estudos para se especializar na área, não fosse americana, já sonha em ter uma grande rede de padarias, para além do reconhecimento mundial do seu talento na confeitaria.

Primeiro bolo aos oito anos

O primeiro bolo foi feito aos oito anos. “Ainda não era um bolo bem feito, mas ela fez o próprio bolo para a sua festa de aniversário”, diz Lenilda Carvalho, mãe de Serina e emigrante nos EUA há mais de 20 anos.

Conforme conta, com 11 anos, Serina fez um bolo para um chá de bebé, para uma prima e ganhou a admiração dos amigos e familiares.

A partir deste episódio, começou a fazer bolos com mais frequência, para pessoas próximas e conhecidas. “Eu tive de dar apoio. Por isso comecei a aprender também”, reconhece.

Serina desenvolveu, sozinha, a paixão pelos bolos, assistindo tutoriais na internet. “Eu nunca fiz bolos em casa. Não tinha esse habito”, garante a mãe.

Kingdom Cake

A jovem mantém uma página nas redes sociais, denominada Kingdom Cake, onde partilha os bolos feitos na cozinha da sua casa, com a ajuda da mãe e, atualmente, de mais uma pessoa, já que Selina estuda e a mãe também tem o seu trabalho fora.

“Nós a ajudamos e fazemos alguns bolos, mas, dos que estão na página, os mais complexos são todos feitos por ela”, garante.

Neste momento, por conta da demanda, a família está cogitando abrir um espaço, onde, com a ajuda e mão de obra de outras pessoas, possa se dedicar melhor à confeitaria, uma vez que, segundo Lenilda Carvalho, sozinhas, não estão dando conta do recado.

“É uma forma de tirar o ganho dos bolos que são feitos, mas também para que ela continue a praticar, já que é isso que quer fazer no futuro”, declara.

Aluna dedicada e inteligente

Segundo Lenilda Carvalho, a adolescente tem sido uma aluna exemplar e com capacidades cognitivas notáveis, o que fez com que frequentasse, entre o quarto e sétimo ano, turmas avançadas, num programa de talentos e superdotados, denominado “Talented and Gifted Program”.

A mãe não esconde o seu orgulho da filha, aluna de nota “A” (avaliação máxima no sistema de ensino americano).

Actualmente, paralelamente às aulas liceais, frequenta também as primeiras aulas universitárias, de modo que, quando terminar o liceu, tenha já os primeiros dois anos de universidade completos.

Opção por área técnica no liceu

Frequentando o primeiro ano do liceu, Serina optou pela área técnica, nomeadamente da culinária.Para além das aulas regulares, frequenta duas aulas universitárias, na mesma escola.

“São quatro anos de liceu, mas, quando ela terminar, já terá também dois anos de colégio, ficando a faltar apenas mais dois”, explica a mãe.

As aulas do colégio, segundo diz, são ainda os cursos de base, que servem para todas as áreas. Depois de concluídos os dois primeiros anos, poderá escolher a área de especialização.

Para não desviar o foco da escola e das acitividades infantis, próprias da sua idade, os bolos são feitos somente aos finais de semana, com a ajuda da mãe. “Mesmo assim não a deixo fazer muitos bolos, para não se sobrecarregar. É muito importante que ela tenha tempo para estudar, descansar e se divertir com as amigas”, finalizou.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 755, de 17 de Fevereiro de 2022

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