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Economia

Centro de expurgo de Porto Novo funciona de forma residual

Orlando Delgado, autarca da Ribeira Grande de Santo Antão, criticou, há dias, o funcionamento do centro de pós-colheita de Porto Novo, criado para auxiliar os operadores no tratamento de produtos agrícolas alvos do embargo na ilha por causa da praga dos mil-pés. Em declarações ao A NACAO, o delegado do MAA no Porto Novo garante que o centro funciona em função da demanda, e que esta a disposição dos produtores que queiram colocar os seus produtos em outros mercados.

Em entrevista à RCV, retomada no número anterior do A NAÇÃO, aquele autarca referiu-se ao centro de expurgos como um “elefante branco”, ainda por cima, como disse, praticamente nunca abriu as portas para mitigar os efeitos da quarentena vegetal interposto à ilha das montanhas.

No entanto, conforme apurou este semanário. junto da delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente no Porto Novo, o centro de expurgo, operacionalizado em 2013, tem funcionado ainda que de “forma residual”, portanto, aquém da sua real capacidade.

O centro de expurgos, informou-nos o delegado do MAA no Porto Novo, “funciona em função da demanda”. “A quantidade de produtos que passam pelo centro são residuais e, se calhar, pela dimensão da infraestrutura está aquém daquilo que foi projectado”, acrescenta Joel Barros.

Esse responsável garante, porém, que o centro está operacional e à disposição dos produtores que queiram colocar os seus produtos em outros mercados nacionais, nomeadamente no Sal e na Boa Vista.

Contudo, a localização do centro de expurgo, longe da cidade, tem sido motivo de queixas dos agricultores locais que
pedem a deslocalização deste espaço de tratamento, embalagem e conservação de produtos agrícolas para as instalações do cais do Porto Novo.

Aquele delegado do MAA diz que o processo de deslocalização do centro foi suspenso devido à covid-19, mas que continua nos planos do Ministério para os próximos tempos.

Construído no âmbito do MCA, programa financiado pelos EUA, o centro de pós-colheita começou a funcionar em 2013 e representou um investimento de 120 mil contos (construção e equipamento), e sempre funcionou com dificuldades devido a vulnerabilidades apresentadas pelo espaço, nomeadamente localização e custo elevado de funcionamento.

Joel Barros

Joel Barros avança que o MAA tem apostado na transformação de produtos, com a implementação de centros de pós-colheitas em algumas localidades, no sentido de dar condições aos produtores de transformarem e criarem alternativas a problemática do embargo, causado pela praga dos mil-pés.

Para além do Porto Novo, há outros centros pós-colheita em Santa Cruz, na ilha de Santiago, no Maio e no Fogo.

Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 758, de 10 de Março de 2022

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