N´Gosi Nelly, de nome próprio Adolfo Lopes, é poeta, romancista e investigador cabo-verdiano, natural do concelho de Tarrafal de Santiago, que acaba de colocar no mercado o seu mais novo livro e primeiro romance – “No colour Love (Kriolidades)”.
Com este romance, baseado na invasão do pirata inglês Francis Drake, datado em 1585, na Ribeira Grande de Santiago e lançado no último dia 08 de Setembro, N´Gosi Nelly quer resgatar a memória para reflectir sobre as origens da nossa língua cabo-verdiana, trazendo elementos linguísticos europeus e africanos que estiveram na sua formação, como o português, espanhol, italiano, wolof, mandinga e fula.
Desta forma, o jovem diz querer contrariar a “ideia errada” de que o crioulo seja “um português mal falado” e mostra que o primeiro elemento da nossa identidade foi língua cabo-verdiana, com uma gramática e origem própria.
A par de enfatizar as origens da língua cabo-verdiana, o autor quer que este romance seja, também, uma fonte de conhecimento da força da mulher cabo-verdiana, que muitas vezes se perde em versões “masculinizadas” da história, onde os heróis e figuras centrais são homens.
Perfil
Este livro é mais um capítulo da história deste tarrafalense, licenciado em Ciências Políticas e Relações Internacionais, com especialização em Gestão Administrativa de Recursos Humanos e em Direitos Humanos e Igualdade de Género.
Tem no mercado outros títulos, como “Rabés di Mundu” (2014) e “Sanpabadiu” (2020).
A sua escrita é influenciada pela poetisa Ineida Nelly e pela escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, de onde surgiu, igualmente, a inspiração para o seu nome artístico.so
